O consumo freqüente de paracetamol por mulheres em estado avançado de gestação pode provocar problemas respiratórios no bebê, segundo um estudo publicado hoje, segunda-feira, na revista britânica "Thorax".A pequisa, feita por uma equipe de cientistas do King's College de Londres, analisou o consumo de aspirinas e paracetamol -um tipo de analgésico- entre 9.000 grávidas.
Posteriormente, foi feito um acompanhamento da saúde de seus filhos, primeiro aos seis meses e depois a cada ano.
A conclusão dos especialistas é que mulheres entre a 20ª e 32ª semanas de gravidez que ingerem diária ou freqüentemente paracetamol têm o dobro de risco de que seus filhos desenvolvam doenças respiratórias quando estiverem com três anos e meio de idade.
Apesar destes resultados, o estudo diz que uma mulher grávida que necessite um analgésico deve tomar paracetamol ao invés de aspirina, porém seu consumo deve ser moderado, sobretudo a partir do quinto mês de gestação.
Segundo o relatório, o consumo habitual de aspirinas por grávidas também está relacionado com um maior risco de que a criança sofra de problemas respiratórios, mas, neste caso, só os menores de seis meses.
Além disso, tomar aspirinas nos últimos meses de gestação pode provocar o fechamento prematuro de algum vaso capilar do feto.
A Sociedade Torácica da Grã-bretanha, em cuja publicação oficial se divulga este estudo, assegura que "é preciso continuar investigando neste campo, especialmente sobre os efeitos de um uso freqüente do medicamento".
"Por enquanto, o paracetamol é considerado, apesar de tudo, o analgésico mais seguro para as mulheres grávidas", conclui o estudo.