Beber um drinque de vez em quando não está associado a um declínio na função mental ao longo do tempo e pode até mesmo tornar as mulheres mais espertas, de acordo com um novo estudo."Descobertas dessa pesquisa indicam que o consumo social e habitual de álcool a longo prazo não está associado a um risco maior de declínio cognitivo em homens e pode até proteger contra o declínio cognitivo em mulheres", disseram Constantine G. Lyketsos e colegas da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore (Maryland, Estados Unidos).
Cerca de 1.500 adultos com idade igual ou superior a 18 anos foram divididos em cinco grupos com base no consumo de álcool, relatado pelos próprios voluntários, em três pontos durante o estudo de quase 12 anos. Todos fizeram um teste para avaliar a memória e as capacidades cognitivas.
O primeiro grupo foi formado por pessoas que não consumiam álcool. Os adultos do segundo grupo foram considerados bebedores sociais ou não frequentes e consumiam no máximo quatro drinques por dia, mas não bebiam diariamente e tomavam álcool menos do que 20 dias por mês.
Os bebedores frequentes ou habituais do terceiro grupo não consumiam mais do que quatro drinques por dia, mas disseram beber álcool pelo menos 20 dias por mês. O quarto grupo tomava muito álcool, mas bebedores não frequentes que tomavam mais de quatro drinques diários em menos de 20 dias e adultos do quinto grupo bebiam a mesma quantidade em pelo menos 20 dias por mês.
Todos os grupos apresentaram queda ao longo dos anos, independentemente da quantidade de álcool consumida durante qualquer período, provavelmente refletindo os efeitos inevitáveis do envelhecimento. Mas os abstêmios, especialmente as mulheres, tiveram maiores declínios na capacidade cognitiva. As notas do teste estavam cerca de um ponto abaixo entre as mulheres que não bebiam, comparadas àquelas que normalmente bebiam muito, por exemplo.
Não houve diferenças entre os homens, de acordo com o estudo publicado em uma edição recente do American Journal of Epidemiology.
Não se sabe, a partir da pesquisa, por que o consumo de álcool protegeria a memória das mulheres. A equipe sugere possíveis falhas no desenvolvimento do estudo, incluindo a "inclinação de sobrevivência" em que as pessoas menos saudáveis, como aquelas com problemas cognitivos, morrem antes do final da pesquisa.