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  SAÚDE DA MULHER
Estudo indica que mulher fica mais inteligente após ter filhos
Sexta, 08 de novembro de 2002, 00h00

Reuters Health
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A maternidade pode tornar as mulheres mais inteligentes e pode ajudar a prevenir a senilidade na velhice ao "lavar" o cérebro com hormônios protetores, disseram hoje pesquisadores norte-americanos.

Testes com ratas mostraram que aquelas com duas ou mais ninhadas saem-se muito melhor em testes de memória e habilidades do que as que não têm filhotes. Além disso, o cérebro das mães apresentam alterações que sugerem que elas podem estar protegidas contra doenças como Alzheimer.

Craig Kinsley, professor de psicologia da Universidade de Richmond, acredita que as descobertas vão se aplicar a humanos. "Nossa pesquisa mostra que os hormônios da gravidez estão protegendo o cérebro, incluindo o estrogênio, que tem muitos efeitos neuroprotetores", afirmou ele.

"Esses são dados de ratos, mas humanos são mamíferos, assim como esses animais são mamíferos", acrescentou o cientista. "Eles passam pela gravidez e pelas alterações hormonais", acrescentou.

Kinsley espera que autoridades e pesquisadores de saúde pública analisem se o fato da mulher ter tido filhos a protege de Alzheimer ou outras formas de declínio mental associado à idade. "Quando as pessoas pensam na gravidez, elas só se concentram no que acontece com os bebês e a mãe do pescoço para baixo", disse Kinsley, que apresentou as descobertas durante o encontro anual da Sociedade de Neurociência, em Orlando.

"Elas não percebem que os hormônios estão lavando o cérebro. Se você analisar fêmeas que nunca ficaram grávidas, elas agem diferentemente em relação aos filhotes. Mas, se elas passam pela gravidez, sacrificarão a própria vida pela do filhote - essa é uma grande mudança em seu comportamento que se manifestou em alterações genéticas para o cérebro", disse o pesquisador.

A equipe testou ratas sem filhotes, que tiveram uma ninhada, ou criaram duas ou mais ninhadas. As ratas tinham, em média, dois anos - o equivalente a 70 a 80 anos para humanos, segundo Kinsley.

Os animais foram submetidos a dois testes para encontrar alimento dentro e fora de um labirinto. Eles foram testados novamente diversas vezes ao longo de dois anos. "As fêmeas que tiveram duas experiências reprodutivas conseguiram aprender e lembrar o labirinto melhor do que aquelas que tiveram uma ou nenhuma", segundo o cientista. "As fêmeas sem nenhuma gestação não conseguiram percorrer o labirinto tão bem quanto aquelas com uma gravidez".

Depois, os pesquisadores sacrificaram os animais e analisaram o cérebro - especificamente o hipocampo, região cerebral associada ao aprendizado e à memória. As ratas com diversas gestações tiveram níveis mais baixos de uma proteína chamada precursor da proteína amilóide. Ela está ligada ao desenvolvimento da doença de Alzheimer em humanos.

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