Fazer atividade física regularmente não elimina os riscos causados pelo excesso de peso, segundo os resultados uma pesquisa publicada na edição de 1o. de novembro da revista American Journal of Epidemiology. São as pessoas com peso normal e em boa forma física que podem ter expectativa mais longa de vida.

"É importante não estar acima do peso, mas também é necessário manter a forma", disse June Stevens, autora do estudo e professora de nutrição e epidemiologia na Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill. "Ser magro não é suficiente. Estar em boa forma também não é o bastante. Para desfrutar de uma expectativa de vida mais longa, ambos são necessários."

Os resultados baseiam-se em dados da avaliação de 2.506 mulheres e 2.860 homens de oito cidades norte-americanas. Os voluntários participaram de um estudo iniciado em 1972, quando tinham, em média, 45 anos.

No começo da pesquisa, os cientistas avaliaram a forma física dos participantes por meio de testes em esteira e por meio do cálculo do índice de massa corporal -- medida padronizada que leva em consideração o peso e a altura. Após essa análise, os cientistas agruparam os voluntários, que receberam acompanhamento médico até 1998, nas seguintes categorias: em boa forma física, fora de forma, gordo e magro.

Os participantes de ambos os sexos que integravam o grupo fora de forma e com excesso de peso apresentaram o risco mais elevado de morte. A equipe de Stevens constatou também que, embora a prática regular de atividade física ajude a aumentar a longevidade do grupo com peso acima do indicado, fazer exercício não elimina os efeitos negativos do excesso de peso.

Os resultados do trabalho também mostraram algo semelhante entre as pessoas magras e fora de forma: elas apresentaram uma expectativa de vida menor.

Em comparação com as mulheres magras e em boa forma física, o risco de morte das participantes obesas que praticavam exercícios regularmente foi 32 por cento mais alto. As mulheres magras e fora de forma apresentaram probabilidade de morrer 30 por cento mais elevada que as integrantes do primeiro grupo, enquanto, entre as voluntárias gordas e fora de forma, esse risco foi 57 por cento maior.

Entre os homens, os pesquisadores constataram resultados semelhantes. Os participantes gordos que se mantinham em forma apresentaram um risco 25 por cento maior de morrer que os magros e com bom preparo físico. Em comparação com este grupo, os homens magros e fora de forma tinham uma probabilidade 44 por cento mais elevada de morte. Esse índice subiu para 49 por cento entre os gordos não-praticantes de exercício.

No trabalho, os pesquisadores levaram em consideração a idade, o consumo de tabaco e outros fatores que poderiam influenciar os resultados.

As descobertas ressaltam a importância de manter um peso saudável e de praticar exercícios regularmente, disse Stevens. As pessoas que se exercitam com regularidade, mas não perdem peso, não devem desistir. "Continuem se exercitando", recomendou a pesquisadora. "Caso não consiga perder peso, faça um esforço para não ganhar peso."

Reuters Health