Os negros estão mais sujeitos que os brancos a viver próximo a áreas poluídas por usinas de energia e sofrer as consequências dos malefícios que isso pode causar à saúde, de acordo com informações de ativistas de direitos civis e de ambientalistas.Muitos grupos norte-americanos, incluindo a Coalizão Georgia para a Agenda da Humanidade, baseada em Atlanta, e o Fórum da Liderança Negra, de Washington, divulgaram um estudo mostrando que 68 por cento dos negros vivem num raio de 48 quilômetros de uma usina a carvão, comparado com 56 por cento de brancos.
Quarenta e oito quilômetros são a distância dentro da qual as pessoas sofrem os efeitos máximos das emissões de fumaça, diz o estudo. Em todo o país, 71 por cento dos negros vivem em condados que não cumprem os padrões de cuidados com a poluição do ar, comparado com 58 por cento dos brancos.
"As usinas de energia são alguns dos fatores que mais contribuem para esse quadro", disse Ulla Reeves, diretora regional de um grupo ambiental. "Precisamos de uma política nacional a respeito das usinas de carvão dos Estados Unidos", afirmou.
Uma das maiores razões que levam os negros, que integram as faixas mais pobres, a viver perto de usinas de carvão e em áreas com qualidade de ar ruim é que a moradia é mais barata. Segundo o estudo, as usinas de energia respondem por 67 por cento de toda a emissão de dióxido de enxofre, um gás tóxico que irrita os pulmões.
O estudo revela que as taxas de hospitalização por asma entre os negros são de 35,6 internações para cada 10 mil pessoas, três vezes mais que entre os brancos.