Pode ser virtualmente impossível comprar um sabonete nos EUA que não contenha a inscrição "antibacteriano", mas tais produtos são uma perda de tempo, disseram especialistas na quinta-feira.Não apenas isso, mas o uso intensivo desses produtos poderia contribuir para o surgimento de uma nova gama de agentes contagiosos resistentes, afirmaram pesquisadores reunidos em um encontro da Sociedade de Doenças Infecciosas da América.
"Ficamos imaginando a razão de eles o chamarem de antibacteriano. Porque, segundo nossas pesquisas, não há ali mais do que um sabonete comum," disse Elaine Larson, da Universidade Columbia.
"Descobrimos que sabonetes antibacterianos e antimicrobianos não possuem nenhum valor adicional quando comparados aos sabonetes comuns".
O sabonete e a água funcionam juntos levando os germes embora, apesar de o sabonete em si poder matar bactérias e vírus.
Larson observou que vários estudos sugerem que um gel à base de álcool poderia ser um método melhor de matar germes do que lavar as áreas a serem descontaminadas. Segundo a pesquisadora, o produto seria um boa alternativa para agentes da área de saúde cujas mãos sofrem devido às lavagens contínuas.
"Se você não for um recém-nascido ou uma criança pequena com resfriado, você poderia cogitar a possibilidade de usar produtos feitos à base de álcool, sem água, para uma proteção suplementar," declarou. "Mas, para a higiene do dia-a-dia, a lavagem comum com um sabonete é adequada".
Larson realizou um estudo com 222 pessoas de Nova York (EUA). Metade usou sabonetes antimicrobianos e metade, sabonete comum. Nenhum dos produtos foi identificado.
Os dois grupos foram submetidos a testes depois de terem lavado uma vez as mãos e depois de um ano de lavagens diárias com os sabonetes. Passado esse período, os dois grupos apresentaram um número menor de germes nas mãos, mas não se notou nenhuma diferença entre eles.