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Terapia experimental evita morte de neurônios em derrame
Sexta, 25 de outubro de 2002, 10h06

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Um grupo de pesquisadores canadenses evitou com sucesso a morte de muitas células cerebrais de ratos que sofreram derrame. Esse resultado talvez conduza a uma nova terapia que permita preservar a maior parte do funcionamento cerebral de seres humanos após o derrame.

"Vemos esses resultados como uma prova de que essa abordagem pode funcionar", disse um dos autores do estudo, Michael W. Salter, que é pesquisador do Hospital para Crianças Doentes, em Toronto (Canadá), à Reuters Health. "Estamos otimistas pois a técnica potencialmente dará bons resultados em humanos. Mas ainda precisamos pesquisar mais."

O derrame ocorre quando um vaso sanguíneo rompe ou um coágulo entope uma artéria, cortando o suprimento de sangue de uma região do cérebro. Isso priva as células cerebrais (neurônios) de sangue e oxigênio, matando-as.

No estudo atual, os pesquisadores induziram um derrame em ratos e, em seguida, deram aos roedores um tratamento que interrompeu a transmissão de informação no interior das células nervosas afetadas -- sem o bloqueio dessa transmissão de sinais, as células teriam morrido.

O tratamento permitiu aos ratos preservar 67 por cento mais do tecido cerebral do que provavelmente ocorreria sem a administração da terapia, comentaram os autores do estudo. Em experimentos feitos após o derrame, os roedores submetidos ao novo tratamento completaram testes de comportamento melhor que os ratos não-tratados com a nova técnica, relataram os cientistas na edição de 25 de outubro da revista Science.

Como os derrames são relativamente frequentes em humanos, há muito tempo busca-se desenvolver tratamentos para salvar as células cerebrais dos danos causados pelo problema, disse à Reuters Health outro autor da pesquisa, Michael Tymianski, do Instituto de Pesquisa do Hospital Ocidental de Toronto e da Universidade de Toronto.

Os medicamentos que desfazem os coágulos sanguíneos -- responsáveis pela maior parte dos casos de derrame -- ajudam a desobstruir os vasos de pacientes com derrame e a liberar o fluxo de sangue para o cérebro. No entanto, essas drogas podem produzir efeitos colaterais graves, como hemorragia cerebral, explicou Tymianski. Por esse motivo, as pessoas que sofrem derrame precisam ser examinadas por vários profissionais de saúde e passar por diversos testes antes de receber o tratamento com o remédio.

Como há apenas um pequeno intervalo de tempo antes que os efeitos colaterais da droga superem os benefícios, muitos pacientes que sofrem derrame chegam ao hospital tarde demais para fazer os exames e receber a terapia, comentou o pesquisador.

Os ratos que receberam o novo tratamento capaz de preservar as células cerebrais não apresentaram nenhum efeito colateral, afirmou o pesquisador. Se a técnica continuar a parecer segura, Tymianski prevê que, no futuro, os médicos poderão administrar o medicamento imediatamente ao pacientes que sofreram derrame, antes que cheguem ao hospital. "Essa terapia poderia aumentar o número de pacientes que poderiam obter benefício do tratamento para o derrame", declarou o pesquisador.

No estudo atual, os cientistas tiveram por meta interromper o processo pelo qual as células emitem sinais que causam a morte celular quando o fluxo sanguíneo cerebral é interrompido.

A comunicação entre os neurônios depende frequentemente de uma substância química conhecida como glutamato, composto envolvido no processo de aprendizagem e memória. Quando ocorre o derrame, porém, estruturas celulares conhecidas como receptores tornam-se superestimuladas pelo glutamato. Isso desencadeia um processo no interior da célula nervosa que pode levá-la à morte.

Como os receptores desempenham funções importantes no cérebro, o bloqueio completo de suas atividades poderia gerar efeitos positivos e negativos, explicaram os autores do estudo. Pensando nisso, no trabalho atual, os cientistas produziram um fragmento de proteína que bloqueia uma etapa inicial do processo que causa a morte celular. Desse modo, impediram a destruição dos neurônios e preservaram o receptor celular.

Em experimentos feitos em laboratório, a terapia com o fragmento de proteína preservou 67 por cento mais tecido cerebral nos ratos tratados que nos roedores que não receberam o composto. Apesar os resultados obtidos, não foi possível evitar a morte de todos os neurônios. Salter acredita ser muito mais difícil salvar as células cerebrais da porção central da área afetada pelo derrame. "Elas podem sofrer muitos danos já no início do processo", declarou o pesquisador.

Reuters Health

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