As mulheres sentem os efeitos de um derrame de forma diferente dos homens e isso pode interferir no tipo de tratamento que elas recebem, informaram pesquisadores na sexta-feira.As mulheres que sofrem um derrame são mais propensas a relatar dor na cabeça, rosto e membros, desorientação e outros sintomas de derrame não tradicionais. Este quadro poderia atrasar o tratamento, informaram os cientistas em Annals of Emergency Medicine.
O derrame é a terceira causa de morte nos Estados Unidos e a rapidez do tratamento é vital. As células cerebrais começam a morrer nas primeiras horas após o derrame, mas uma terapia imediata pode minimizar os danos.
Os médicos são treinados para identificar sintomas que incluem alterações súbitas na sensação, marcha, equilíbrio, funções motoras -- incluindo paralisia de uma lado do corpo -- fala, visão e tontura.
Os sintomas "não tradicionais" das mulheres poderiam ser negligenciados nas primeiras horas, momento em que a terapia funcionaria melhor, de acordo com a equipe da Universidade de Michigan e da Universidade do Texas, em Houston.
"Nossas conclusões têm consequências importantes para o diagnóstico e o tratamento do derrame", declarou o coordenador da equipe, Lewis Morgenstern, da Universidade de Michigan.
"Estas diferenças são biologicamente interessantes e têm consequências sociais", disse o especialista. "Elas são importantes para o ensino médico, pois geralmente os estudantes de medicina e cursos relacionados recebem a informação de que o derrame é uma doença masculina. E não é".
Para Lise Labiche, da Universidade do Texas, as conclusões demonstram que é fundamental incluir mulheres em testes clínicos.
"A menos que as doenças sejam estudadas de forma específica em mulheres, pode ser presumido, equivocadamente, que homens e mulheres têm o mesmo comportamento. É fundamental reconhecer que há diferenças entre os gêneros", disse Labiche.