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Brasileiro poderia ganhar sete anos de vida saudável, diz OMS
Sexta, 01 de novembro de 2002, 09h32

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O brasileiro está vivendo mais do que há um ano, mas poderia aumentar em sete anos sua expectativa de vida saudável se reduzisse fatores de risco prejudiciais, como o álcool e a obesidade, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em seu relatório "Prevenindo Riscos, Promovendo uma Vida Saudável", a agência de saúde aponta que o maior fator de risco nos principais países latino-americanos, incluindo o Brasil, é o álcool. Em termos de números, 11,6 por cento dos anos de vida saudável perdidos são em decorrência da bebida.

Segundo os dados, a expectativa de vida da população brasileira aumentou levemente de 68,4 anos, em 2000, para 68,7, em 2001. No entanto, os anos de vida saudável totalizam 56,7. A entidade estima que entre 15 e 20 por cento dos anos do brasileiro são vividos em condições precárias de saúde.

A obesidade é responsável por 4,3 por cento dos anos de vida saudável perdidos, seguida da pressão sanguínea elevada (4 por cento) e do tabagismo (3,7 por cento).

O relatório, que tem mais de 200 páginas, aponta ainda uma série de divergências "chocantes". Enquanto há 170 milhões de crianças em nações pobres muito abaixo do peso-- o que causa 3 milhões de mortes anuais--, existe mais de 1 bilhão de adultos acima do peso globalmente e pelo menos 300 milhões deles são considerados obesos.

"Estes são tempos perigosos para o bem-estar do mundo. Em muitas regiões, alguns dos piores inimigos da saúde estão juntando forças com os aliados da pobreza", diz a diretora-geral da OMS, Gro Harlem Brundtland, no documento. "Muitas pessoas estão vivendo perigosamente, sabendo disso ou não."

Na quarta-feira, a entidade afirmou que o abuso do álcool, o fumo e uma má alimentação, maus hábitos que já foram exclusividade das nações ricas, estão ganhando terreno nos países em desenvolvimento.

Em termos gerais, as dez maiores causas das 56 milhões de mortes anuais no mundo são desnutrição, sexo sem proteção, hipertensão, fumo, álcool, água de má qualidade e falta de saneamento, deficiência de ferro, inalação de fumaça de incêndios, colesterol alto e obesidade.

"Apesar de nada disso ser novo, o fato de tabaco, álcool e colesterol estarem em posição tão alta em uma pesquisa global é uma grande surpresa", disse Chris Murray, autor do relatório, em entrevista à Reuters. "Já não existe um risco ou uma doença exclusivos de países ricos."

Reuters

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