Os adultos de meia-idade que gostam de beber um drinque ou dois diariamente podem ter uma maior agilidade mental do que os abstêmios, de acordo com uma nova pesquisa.O fumo, no entanto, pode frear a agilidade mental, disseram cientistas na edição de 15 de novembro do American Journal of Epidemiology.
Eles descobriram que os fumantes e abstêmios tiveram notas mais baixas em testes de agilidade e flexibilidade mental -- um efeito comparável ao de ser quatro anos mais velho.
"Certamente, os resultados dão uma motivação adicional para largar o cigarro", disse a principal autora do estudo, Sandra Kalmijn, do Centro Médico Utrecht, na Holanda, à Reuters Health.
A pesquisa, com cerca de 2.000 adultos de meia-idade, demonstrou que aqueles que relataram consumo moderado de álcool cinco anos antes tiveram melhores notas em tarefas mentais. A associação foi particularmente forte entre as mulheres.
Para o tabaco, os participantes que disseram que fumavam nos cinco anos anteriores tiveram um resultado pior nas mesmas tarefas, em comparação aos não-fumantes. Os ex-fumantes tiveram um resultado intermediário, de acordo com a equipe.
Uma pesquisa anterior indicou que beber moderadamente e largar o cigarro podem proteger contra o declínio mental relacionado ao envelhecimento. Cientistas suspeitam que efeitos sobre os vasos sanguíneos podem ajudar a explicar essas associações.
O cigarro pode levar ao endurecimento e estreitamento dos vasos sanguíneos que alimentam o cérebro. O hábito também é um fator de risco de derrame e demência vascular, uma forma de senilidade causada por um suprimento sanguíneo inadequado para o cérebro.
Acredita-se que a ingestão leve a moderada de bebidas alcoólicas beneficie o sistema cardiovascular, possivelmente melhorando os níveis de colesterol ou reduzindo coágulos sanguíneos.
Kalmijn e colegas alertaram, no entanto, que o consumo crônico e intenso de álcool pode ser tóxico para os neurônios.
Eles ressaltaram ainda que os efeitos mentais ligados ao fumo e álcool no estudo, entre pessoas de meia-idade, foram "pequenos e, para a maioria, provavelmente nem eram notáveis."
"Mas espero que essas diferenças tornem-se mais evidentes quando as pessoas ficarem mais velhas e eventualmente sejam notáveis," disse Kalmijn.