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Melhora da qualidade do ar diminui a mortalidade em Hong Kong
Segunda, 25 de novembro de 2002, 10h13

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As novas leis que obrigaram a redução das emissões do poluente dióxido de enxofre podem ser as responsáveis pela diminuição da taxa de mortalidade em Hong Kong, informou um grupo de pesquisadores.

Após julho de 1990, todas as usinas geradoras de energia elétrica de Hong Kong e os veículos que circulavam na cidade tiveram de passar a utilizar um combustível com menos enxofre, explicaram os pesquisadores na edição de 23 de novembro da revista The Lancet.

O resultado foi uma queda de 80 por cento na taxa de dióxido de enxofre e de 41 por cento nos níveis de sulfato presente no material particulado nas áreas mais poluídas, segundo a equipe de Anthony Johnson Hedley, da Universidade de Hong Kong. "Não houve registro de alterações nos níveis de outros poluentes importantes", informou a equipe.

Os pesquisadores monitoraram a taxa de mortalidade em Hong Kong e a concentração de poluentes no ar da cidade durante cinco anos, contados a partir de julho de 1990. Verificaram que a taxa anual de morte por todas as causas caiu 2 por cento -- a mortalidade por doenças respiratórias diminuiu 4 por cento; por causas cardiovasculares, 2 por cento.

A equipe relatou ainda que o ganho na expectativa de vida por ano de exposição a um ar mais limpo foi de 20 dias para as mulheres e de 41 dias para os homens.

"Os resultados da intervenção em Hong Kong oferecem evidências diretas de que o controle desse poluente traz benefícios imediatos e duradouros para saúde", concluíram os autores do trabalho.

Os pesquisadores observaram, porém, que esses resultados contrariam os outros de dois estudos -- um realizado nos Estados Unidos e outro na Holanda -- que não encontraram vínculo entre os níveis de dióxido de enxofre e a taxa de mortalidade.

De acordo com outro trabalho recente, as usinas elétricas norte-americanas são responsáveis por 67 por cento de toda a emissão de dióxido de enxofre, um gás tóxico que irrita os pulmões. As emissões dessas usinas se combinam com outros poluentes para formar o gás ozônio, capaz de provocar várias doenças respiratórias, informou o estudo.

Reuters Health

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