Cerca de 55 mil ampolas do anticoncepcional Tricilon, fabricado pelo laboratório Organon, começaram a ser retiradas do mercado nesta quarta-feira devido a problemas de qualidade, informou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).O Centro de Vigilância Sanitária de Campinas, em São Paulo, recebeu neste mês denúncias de três mulheres que engravidaram depois de receber injeções do anticoncepcional.
Após enviar amostras do medicamento para análises no Instituto Adolfo Lutz, a vigilância verificou que uma das substâncias coagulava, o que não deveria acontecer. Com isso, as mulheres poderiam receber uma quantidade menor, e com menos efeito, do contraceptivo.
Com a comprovação, o Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo proibiu imediatamente a venda e o uso do lote A33720-- cerca de 55 mil doses-- do Tricilon. A medida foi publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial.
A Anvisa foi avisada e está tomando medidas similares. De acordo com sua assessoria de comunicação, a partir desta quinta-feira o lote passará a ser proibido em todo o país. Mas na quarta-feira, a agência já emitiu alertas sobre o anticoncepcional para as secretarias de saúde.
Em um comunicado divulgado nesta tarde, a Organon diz ter sido pega de surpresa "com o aparecimento de três mulheres grávidas em Campinas que possivelmente faziam uso do medicamento Tricilon."
O laboratório afirma estar tomando as medidas necessárias para investigar o caso. "Solicitamos imediatamente à Coordenadoria de Saúde da região sudoeste/Campinas, uma contraprova das análises do produto, prevista em lei", aponta o comunicado.
O Tricilon é um anticoncepcional injetável trimestral e pode ser usado durante a amamentação e por mulheres com problemas ligados à hipertensão arterial, cardiopatias, diabetes e lúpus, segundo informações do website do laboratório.