Associações médicas representando 10 milhões de médicos em 117 países pediram, na segunda-feira, que os governos concordem em criar um tratado internacional rígido para reduzir o número de fumantes.A Associação Médica Mundial e outros grupos reunidos em Genebra apresentaram o "Manifesto dos Médicos para o Controle Global do Tabaco" à diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Gro Harlem Brundtland.
A OMS, uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU), está realizando duas semanas de discussões sobre a Convenção Preliminar de Controle do Tabaco. Primeiro tratado internacional de saúde pública, o acordo deve ser assinado pelos 192 integrantes da OMS até maio de 2003.
"Os médicos vêem diariamente os efeitos dramáticos do tabaco entre aqueles que fumam ou inalam a fumaça dos outros", disse o médico Delon Human, secretário-geral da Associação Médica Mundial, em um comunicado.
"Embora os médicos possam ter um papel importante nos cuidados de prevenção e cura, devemos agir juntos ao pedir regulação e legislação eficazes por parte dos governos para evitar essa epidemia."
O comunicado dos especialistas, que também será divulgado pela Associação Médica Britânica na tarde desta segunda-feira, pediu às autoridades para incluírem medidas como estampar "um alerta claro e informativo em cada maço de cigarros" e acabar com "anúncios enganadores" de que alguns cigarros são mais seguros que outros.
Outras demandas para o acordo de 2003 é proibir a propaganda de cigarros e proteger os não-fumantes do fumo passivo, aponta o comunicado.
Há algumas semanas, a OMS revisou suas estimativas de mortes ligadas ao tabagismo e chegou à conclusão de que 4,9 milhões de pessoas morrem a cada ano devido ao fumo, elevando os 4,2 milhões estimados anteriormente.