Como a venda de cigarros a jovens se torna cada vez mais restrita em países como os EUA, fatores "sociais" - como amigos ou familiares com idade para poder comprar um maço - passam a ter maior interferência no hábito de fumar entre adolescentes. Especialistas dizem que medidas educativas que contemplem esse aspecto podem ajudar a reduzir o número de adolescentes que começam a fumar.

Segundo o Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, mais de 3.000 adolescentes começam a fumar diariamente.

"Apesar de ser importante continuar a restringir a venda do tabaco para menores, os resultados da pesquisa sugerem que também é necessário desenvolver estratégias para reduzir a disponibilidade de cigarros por outras formas, particularmente o acesso por meio dos pais e de outros adultos," informou a equipe de Susan I. Woodruff, da Universidade Estadual de San Diego, na Califórnia.

A equipe de Woodruff avaliou os resultados de duas pesquisas sobre o hábito de fumar entre 478 adolescentes. Os voluntários participaram do estudo quando estavam na sétima ou na oitava série e, novamente, um ano depois.
Mais de 6 por cento dos adolescentes relataram ter experimentado o fumo pela primeira vez durante o período avaliado.

Ofertas de cigarro feitas por uma pessoa com 18 anos ou mais que não os pais se mostraram fortes indicadores do risco de um adolescente ter sua primeira experiência com o cigarro, assim como a facilidade de conseguir cigarros com os pais, segundo o artigo publicado na edição de Janeiro/Fevereiro do American Journal of Health Behavior.

O estudo não determinou se os pais estavam dispostos a ofertar o fumo ou, o que é mais provável, se as crianças haviam sido capazes de roubar cigarros deles. As duas práticas foram documentadas em estudos anteriores. "Os resultados sugerem que reduzir o acesso doméstico pode ser importante no controle da iniciação entre adolescentes", concluíram os pesquisadores.