Os idosos que vivem em regiões com ruas arborizadas e próximas a parques com áreas verdes parecem ter longevidade maior que aqueles menos expostos ao verde, informaram pesquisadores japoneses. O motivo disso é que os idosos moradores de áreas "arborizadas" são mais propensos a responder aos apelos da vida ao ar livre, explicaram os autores."Acredita-se que a disponibilidade de espaços abertos para passeios perto da residência seja um estímulo a fazer caminhadas fora de casa, hábito que ajuda a manter um nível elevado de condicionamento físico", informou a equipe de Takehito Takano, da Universidade de Medicina e Odontologia de Tóquio, em Yushima (Japão). Por esse motivo, os pesquisadores recomendam aos planejadores urbanos e aos profissionais de saúde levar em consideração as necessidades dos idosos quando forem projetar cidades ou residências.
A equipe de Takano acompanhou 3.144 pessoas que viviam em áreas densamente povoadas de Tóquio e haviam nascido entre 1903 e 1918. Os idosos foram entrevistados em 1992 e, uma segunda vez, em 1997. No geral, 29 por cento das pessoas morreram durante os cinco anos de estudo, e restaram 2.211 sobreviventes, informou a equipe na edição de dezembro do Journal of Epidemiology and Community Health.
As idosas foram mais propensas a permanecerem vivas que os homens. No entanto, o estudo mostrou que tanto homens quanto mulheres tinham tendência a viver mais tempo quando moravam nas proximidades de áreas gramadas, arborizadas ou perto de parques, indicou o estudo. O impacto positivo da arborização na sobrevivência desses idosos por um período de cinco anos permaneceu válido mesmo quando os pesquisadores levaram em consideração outros fatores que influenciam a longevidade como idade, gênero, situação conjugal e posição socioeconômica, de acordo com a pesquisa. O estudo mostrou ainda que os homens foram menos propensos a sobreviver quando habitavam áreas barulhentas, com muita circulação de carros e muitas fábricas. Já as idosas mostraram uma tendência de viver mais tempo quando tinham comunicação ativa com os vizinhos e haviam relatado inicialmente preferir continuar vivendo na mesma comunidade.
O número de horas de iluminação solar nas janelas da casa pareceu influenciar a longevidade, mas apenas do homens. Quanto maior o número de horas que o sol batia na casa, maior a probabilidade de o idoso sobreviver aos cinco anos que durou a pesquisa. Os resultados sugerem que "a existência de parques e ruas arborizadas perto das residências é particularmente importante para idosos que vivem em áreas urbanas densamente povoadas," observou a equipe.
"Deveria existir uma colaboração mais intensa entre os profissionais de saúde, os construtores, os engenheiros civis, os planejadores e outros setores envolvidos nas políticas de urbanismo com a finalidade de promover a saúde de cidadãos idosos", concluíram os autores.