O amor cresce entre um casal, unido pelo matrimônio, busca maturidade e complementação na constituição da família e, conseqüentemente, no nascimento dos filhos. É a perpetuação da espécie e a vitória do amor sobre o egoísmo, pois os filhos e a família exigem de nós contínua doação de amor.
Infelizmente, por várias razões, algum dos cônjuges pode apresentar algumas limitações físicas e/ou psicológicas que frustram estas expectativas, levando a uma situação angustiante, muitas vezes por não se antever alguma saída para o problema que aparece. Como fazer? Que recursos procurar? A quem solicitar orientação?
Segundo as estatísticas mundiais, cerca de 20% dos casais do mundo inteiro, não podem definitivamente ou temporariamente ter filhos. A esse número, pode–se acrescentar mais 10% de casos onde os casais tem que se contentar com número menor de filhos do que o desejado.
De que lado surgem às limitações? Do homem, da mulher, ou de ambos? As estatísticas mostram que estes percentuais são aproximadamente equivalentes com um pequeno acréscimo dos casos de esterilidade no sexo feminino.
Considerando-se que 25% das mulheres tendo relações sexuais regulares sem contracepção engravidam nos quatro primeiros meses, 60% dentro de seis meses e cerca de 80% em um ano, com 10% adicionais engravidam até o final do segundo ano, concluímos que para justificar uma investigação de esterilidade conjugal, deve-se ter, no mínimo, um ano de exposição sem que se obtenha a concepção.
A esterilidade feminina pode ser devida a doenças de causas gerais (distúrbios dietéticos, estados ansiosos), a anomalias congênitas (ausência de útero, distúrbios genéticos), a causas endócrinas - sendo estas as mais freqüentes (60%) - e as devido a doenças genitais como as inflamações pélvicas, a tuberculose, a obstrução das trompas, os miomas e a endometriose. Essa doença é bastante freqüente e apresenta como sintomas a dor pélvica, a cólica e irregularidade menstrual.
Em 10% das situações não se chega à identificação da causa da união estéril.
A investigação do casal se faz por meio de exames laboratoriais, radiológicos e até alguns que requerem a internação da paciente, como a laparoscopia e histeroscopia. Estes exames, realizados em dias específicos do ciclo menstrual, exigem uma completa interação entre casal e médico.
O tratamento dos fatores causadores da esterilidade, uma vez diagnosticados, se faz pelo uso de medicamentos, como os indutores da ovulação. Na ausência ou em caso de distúrbios ovulatórios, o médico recorre às cirurgias, como nos casos de miomas uterinos ou obstrução turbarias, mesmo aquelas causadas pela ligadura das trompas, em que a recanalização é realizada.
Finalizamos afirmando, com convicção, que, para a mulher, o homem, ou ambos, as tentativas de buscar a concepção no desejo de fazer frutificar o matrimônio, com o nascimento dos filhos são esforços nobres e justos que merecem o apoio e a compreensão da família e da sociedade.