O príncipe Dom João de Orleans e Bragança define como "importante, construtiva e recompensa" a experiência de ser pai da Maria Christina mas a história não é só de louros. "Quando ela nasceu foi um choque, a gente não sabia de nada, como acho que seja o caso de 90% das pessoas que têm filho com síndrome de Down. Você se vê com uma missão de achar uma agulha no palheiro. No começo, foi muita dor, muita confusão, tristeza, mas ao longo dos anos foi se transformando em desafio, em alegria, em resultados", diz Dom Joãozinho.
O príncipe lembra da reação das pessoas quando Killy nasceu.
"Quando ela nasceu, as pessoas diziam, 'coitado de vocês', 'vocês não mereciam isso!' Mas ela não dá trabalho nenhum. Tem muita gente que acha que os pais e os irmãos vão ter que se podar de coisas, se limitar em atividades...Não é o caso", diz o príncipe.
Sobrenome
E o sobrenome real só conta como arma na batalha da integração das pessoas que nasceram com Down, como explica o príncipe Dom João.
"Por nós sermos pessoas em evidência, descendentes de Dom Pedro I e II, da princesa Isabel, tendo o nome que a gente tem, acho que é muito positivo podermos falar sobre esse assunto. Aliás, nós temos o dever em poder ser útil para a nossa sociedade. O trabalho das famílias reais não é outra coisa do que servir de exemplo".
Dom João está ciente dos olhares das pessoas quando a família vai a restaurantes, praia ou a um jogo de futebol.
"Todo mundo olha mesmo. Eu ficava olhando, quando criança, quase como se fosse um ET. A falta de informação era muito maior. E a gente trata ela igualzinho, brinca e briga da mesma forma. Isso ensina as pessoas a serem cidadãs, a olhar as minorias de uma forma muito mais responsável, com menos ou nenhum preconceito", conclui Dom João de Orleans e Bragança, pai de Killy.
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