Você tem obsessão com a aparência?
Não há como negar: uma das principais causas de estresse e ansiedade nos dias de hoje é a obsessão com a aparência. A cada ano, aumenta o número de vítimas de distúrbios alimentares como a bulimia e a anorexia, e também de vítimas da obesidade. Mas, ao lado delas, também cresce assustadoramente o número de pessoas apenas infelizes - frustradas porque, apesar de estarem saudáveis, não atingem o padrão de beleza que a sociedade tem exigido delas. Para fugir da paranóia pela perfeição, não tem outro jeito: é preciso usar a cabeça e colocar o senso crítico para funcionar. "As pessoas se relacionam com um ideal do eu, e não com o próprio eu. Nesse sentido, podem chegar a algo patológico, pois, ao se relacionarem com o corpo, estão usando como referência modelos externos e esteriotipados", afirma a psicóloga Dulce Barros. E acrescenta: "com o agravante de que esses modelos estão completamente deslocados da realidade." Como exemplo, a psicóloga cita as fotografias utilizadas em revistas femininas: "nessas revistas, estão garotas às vezes menores de idade muito produzidas, que dão a aparência de alguém mais próximo dos 30 anos, mas que na verdade são ninfetas. O padrão de beleza fica distorcido." Embora a definição do "belo" seja ainda um mistério para o ser humano, a questão da beleza e de seus padrões acompanha a humanidade desde o começo dos tempos, e, em geral, está associada aos símbolos de poder e riqueza: no Renascimento, por exemplo, época em que comer era um luxo, as mulheres consideradas bonitas eram as mais gordas. Mas, como nota Dulce, "o que se observa, principalmente nesses últimos dez anos, é uma verdadeira lavagem cerebral promovida por uma indústria que lucra com a obsessão das pessoas: nunca se comeu tanto, nem nunca se perseguiu tanto a magreza quanto hoje." Em meio a tantas contradições e exigências, fica meio difícil evitar a ansiedade, mas uma coisa é certa: se você não está satisfeito com sua aparência, antes de tomar atitudes drásticas, observe com cuidado quais são as suas reais necessidades, e quais são as necessidades que a sociedade de consumo quer impor a você.
Laura Cánepa/Redação Terra
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