Luís Bulcão/Direto do Rio de Janeiro
Antes de ver o Cristo Redentor ou o Pão de Açúcar, quem chega ao Rio de Janeiro pelas principais vias de acesso, avenida Brasil, Linha Vermelha e aeroporto Tom Jobim, avista a igreja de Nossa Senhora da Penha. Construído sobre um penhasco na zona norte da cidade, o santuário sempre foi um dos pontos mais importantes de devoção para os fiéis que sobem suas escadarias em busca de graças. A partir da pacificação da área pela polícia com ajuda de tropas das Forças Armadas, em novembro de 2010, ficou mais seguro visitar a igreja e mudar o ponto de vista. Se a Penha é visível de praticamente toda a Zona Norte, quem sobe a Penha também pode ver tudo: o Complexo do Alemão com seu teleférico recém-inaugurado, a Vila Cruzeiro, o aeroporto internacional, a Ilha do Governador e a Baía de Guanabara em uma vista panorâmica que engloba uma parte do Rio ainda pouco explorada pelo turismo.
Em clima de paz, Quitéria Algalbeio, 60 anos, subiu as escadas mais uma vez. Quitéria mora no Ceará e diz que não perde a oportunidade de visitar a Penha sempre que vem ver parentes no Rio. "Já pedi muita coisa que a Nossa Senhora atendeu", conta. Paulo César da Silva Ramos, 19 anos, foi até a Penha a convite do amigo, Flávio Henrique Luiz Coelho, 21 anos, e subiu de joelhos os 382 graus da igreja. "Valeu a pena, é muito bonito aqui. A promessa está paga", disse.
Desde 1635, quando foi construída a primeira capela no local, a fé leva os fiéis até a Penha. Em 1728, as terras pertencentes ao capitão Baltazar de Abreu Cardoso foram doadas à igreja. Foi quando uma construção mais sólida, com torre para dois sinos, foi erguida sobre a capela. O santuário foi reconstruído em 1870 e em 1925 ganhou um carrilhão de sinos.
A escadaria de degraus esculpidos na própria pedra que leva até a igreja é fruto de uma graça alcançada em 1818. Ao subir o penhasco, uma mulher teria pedido à Nossa Senhora para ter um filho. Com o desejo realizado, ela pagou a promessa de mandar construir a escadaria, que ficou pronta um ano depois.
Desde 2003, um plano inclinado com capacidade para transportar 500 pessoas por hora leva até a igreja aqueles que não podem ou não desejam subir a escadaria. A área ao pé da escadaria conta com estacionamento, banheiros, e uma lanchonete para atender os turistas. Uma loja vende artigos e lembranças do santuário. Eventos especiais são realizados ao longo de todo o mês de outubro, quando a igreja recebe milhares de fiéis. Missas são conduzidas diariamente às 8h e, aos domingos, às 7h, 8h30, 10h e 16h.
Foto: Rio Tur/Divulgação