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ECOTURISMO

À noite, não dá para fugir dos bares e da música

Nesse paraíso ecoturístico, não é de se estranhar que o turista passe a maior parte do dia fora da cidadela de 17 mil habitantes, aproveitando os passeios junto à natureza. À noite, a pacata cidade interiorana tem poucos e bem conhecidos points, para quem tiver pique.

É raro encontrar um bonitense que não recomende (e freqüente) o Taboa, bar dançante com música ao vivo, onde os cantores e os ritmos são, geralmente, do próprio Estado. A dona, Andréa Fontora, conta que a idéia era abrir um bar apenas para funcionar no carnaval de 1996. "Era para ficar aberto por cinco dias e não consegui fechar até hoje."

Os nativos são muito animados e vibram com as músicas regionais. "É incrível como se orgulham da cultura local", comenta Cláudia Stefane, de São Carlos (SP), que morou vários anos em Campo Grande, capital do Estado.

A marca registrada do lugar é a cachaça com o mesmo nome do bar, em várias versões. Além da "neguinha", tradicional, há as cachaças curtidas com abacaxi, goiaba, guavira, ameixa, manga e pêssego.

Outro ponto de encontro que anima a noite bonitense é o Pirata. Uma danceteria, com american bar e músicas variadas.

Em Bonito, os restaurantes são simples, e, geralmente, servem bons peixes.

Alguns escondem delícias regionais incríveis. É o caso do Mestre João, estabelecimento quase sem acabamento na entrada da cidade. Por dentro, um bufê de peixes que inclui diversos tipos de pintado: à urucum, com molho de maracujá, com abacaxi, com banana, e muitas outras receitas. O chefe Mestre João, com roupas e chapéu brancos, recomenda o pintado que leva seu nome. O peixe é semigrelhado com requeijão. Como sobremesa, é tradicional o sorvete assado, facilmente encontrado nas sorveterias da rua principal, que vai ao forno e é servido com salada de frutas e cobertura de chantilly.

Gastronomia à parte, neste ano a cidade começou a apostar em sua vocação cultural. Abrigou o 1º Festival de Inverno, entre 21 e 30 de julho. Quem foi nessa época para aproveitar os passeios ecológicos acabou encontrando muito mais: shows todas as noites, mostras de arte, exposições de fotografia e cinema ao ar livre, com dois filmes por dia. O encanto, sem dúvida, ficou muito maior. Pelo jeito, o evento deve se repetir em 2001.

Fique de olho - Um dos maiores problemas para os turistas que vão por conta própria são os transportes, não para se locomover na cidade, onde tudo pode ser feito a pé, mas para ir até o ponto de partida dos passeios, que chegam a estar mais de 50 quilômetros do centro. A maioria das agências locais não oferece esse serviço.O paulistano que chega de avião a Campo Grande pode alugar um carro lá mesmo e dirigir cerca de quatro horas até Bonito. Outra opção é pegar um traslado para a cidade, mas depois vai depender de táxi para fazer todos os passeios. Ida-e-volta para a gruta, por exemplo, sai R$ 30. Já acostumados com esse esquema, os taxistas sentam e esperam calmamente até o fim do passeio.

Para o secretário de Turismo do município, Elias Borges Nogueira, a falta de uma empresa que assuma os transportes na cidade deve-se ao pequeno número de turistas na baixa temporada. "Na alta temporada há vans, mas na baixa, elas desistem." Outra opção pode ser a carona, prática comum por lá. Senão, comprando um pacote completo em São Paulo, os traslados para passeios estarão incluídos.

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Jornal da Tarde

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