O mundo parou para as comunidades nativas da região
Rodrigo Savazoni/AE
|
|
As mulheres passam, de mãe para filha, os segredos do trançado da piaçava
|
Como o povoado de Santo Antônio existem outros 30 na Costa do Sauípe. São pequenos vilarejos, que remetem a um Brasil longínquo, em que a vida ainda estava atrelada ao tempo da natureza. O dia-a-dia dos moradores dos pequenos povoados lembra os versos do mestre poeta e cantor Dorival Caymmi: Vento que dá na vela/ Vela que leva o barco/ Barco que leva a gente/ Gente que leva o peixe/ Peixe que dá dinheiro, Curimã. Eles vivem da pesca, da lavoura de subsistência e de pequenas manufaturas. O artesanato é produzido com a palha da piaçava, árvore comum na região. A chegada do Costa do Sauípe S.A. na região gerou sentimentos paradoxais. Medo e curiosidade se misturam quando os moradores da região comentam o "bichão" que cresceu rapidamente na mata. O Instituto de Hospitalidade procurou, desde o início de suas atividades há três anos, trabalhar esse sentimento paradoxal. A ONG tem explicado aos moradores o que vem a ser o turismo e como eles podem se relacionar com esse setor da economia. O passo inicial foi uma pesquisa demográfica e psicotécnica para descobrir quem são os habitantes da região. Com a resposta tabulada, passaram a desenvolver um trabalho em conjunto com os moradores. O que é o turismo? Quais são as perspectivas de crescimento de vida com a chegada do complexa hoteleiro? Quem são vocês? Aos poucos, os voluntários e funcionários do IH foram respondendo essas perguntas aos habitantes dos povoados. Com o tempo, eles desenvolveram uma relação de companheirismo e troca com o pessoal da ONG. Atualmente o Instituto trabalha em duas frentes: capacitar a mão-de-obra dos jovens para que eles possam trabalhar nos hotéis do complexo e fortalecer e diversificar a produção artesanal dos habitantes. Se antes as trançadeiras faziam bolsas de um único formato, hoje elas fazem bonés, esteiras, jogos americanos e bolsas dos mais variados tipos e cores. No megaresort haverá, inclusive, uma loja para as trançadeiras venderem os seus produtos. Esse contato, segundo a gerência administrativa do empreendimento, é o que fará do Costa do Sauípe S.A um lugar diferente. "Um lugar como esse existe em outras regiões do mundo, no Caribe, em Bali, não importa. Porém, essa simbiose com as comunidades, com a cultura regional, só irá ocorrer aqui", ressalta Xavier Veciana, diretor de operações do SuperClubs no Brasil. Leia mais: » A Bahia ganha um novo destino » Projeto reúne gigantes da hotelaria mundial » Pousadas temáticas fazem o charme do local » Em Santo Antônio, o complexo dá lugar a barracas de sapé » Diversão na Costa dos Coqueiros » Ecoturismo é opção para explorar a região » Região é santuário de tartarugas » Saiba como chegar lá e onde ficar
Agência Estado
|