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Central
do Brasil: não foi dessa vez
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O Brasil viveu uma noite
de expectativa e decepção. O favorito A
Vida É Bela, indicado para sete Oscar, entre eles o de melhor
filme, não apenas tirou de Central
do Brasil o prêmio de melhor filme estrangeiro como saiu consagrado
da cerimônia, com três estatuetas (melhor ator para Roberto Benigni e
melhor trilha sonora de drama). A favorita Gwyneth Paltrow, estrela de
Shakespeare Apaixonado, tirou
de Fernanda Montenegro o Oscar de melhor atriz.
Foram duas derrotas, mas o Brasil não saiu derrotado. Claro que o país
queria ver Fernanda Montenegro, uma das raras unanimidades nacionais,
reconhecida internacionalmente, mas, como tantas vezes a própria Fernanda
admitiu, uma brasileira entrar no seleto grupo de cinco concorrentes já
foi uma façanha para ser guardada para sempre na história do cinema brasileiro
– e no coração de quem torceu para ouvir Jack Nicholson anunciar o nome
de Fernanda. E se Central do Brasil não tivesse topado com um fenômeno
como A Vida É Bela, um dos filmes estrangeiros mais bem-sucedidos nas
bilheterias americanas dos últimos anos, talvez Sophia Loren tivesse anunciado
o primeiro Oscar do Brasil.
O Oscar teria sido grandioso, mas não seria tudo. Com ou sem ele, Central
do Brasil continua detendo o maior triunfo internacional de um filme brasileiro:
41 prêmios em festivais ao redor do mundo, 2 milhões de espectadores no
Exterior, 1,5 milhão no Brasil, R$ 8 milhões de receita obtida em bilheteria,
para um custo de produção de R$ 2,9 milhões. Com ou sem eles, Central
do Brasil ainda é um comovente retrato do Brasil, uma notável vitrine
mundial para o talento de nossa melhor atriz, um salto inigualado na carreira
de um dos mais promissores realizadores da nova geração e uma injeção
de orgulho na alma nacional.
(Agência RBS)
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