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BARRIL DE PÓLVORA O filme é sobre a guerra. Mas não sobre uma guerra específica e bem delimitada, com soldados, mísseis e porta-aviões nucleares. "Barril de pólvora" é uma crônica da guerra do ser humano contra si mesmo. Guerra travada com ódio mortal, sem qualquer atenção à convenção de Genebra. Vale tudo. A luta acontece dentro das casas, nas ruas, nos táxis, nos ônibus, e é travada por pessoas comuns. O sérvio Paskaljevic fez um dos filmes mais assustadores da história do cinema, porque mostra, dentro de cada um de nós, um soldado nascido para matar, que espera o momento de sua missão assassina.
Barril de Pólvora tem várias contra-indicações. Quem quer apenas se
divertir, por exemplo, deve esquecê-lo. Também não é adequado para
pessoas sensíveis e um pouco (ou muito) deprimidas. O mundo apresentado
nesse filme realmente não vale a pena. Suicidas em potencial, fujam
desse filme!
Um
motorista de táxi, um policial quase paralítico, dois homens que lutam
box, dois jovens inconseqüentes e à beira da marginalidade, um homem
atrás da ex-mulher (que abandonou há muitos anos), um motorista de
ônibus, os passageiros desse ônibus, um contrabandista viciado em
cocaína, uma jovem viúva de um jovem soldado morto, etc. Um monte de
gente tentando escapar da noite interminável. Nem todos eles conseguem.
Mas pelo menos morrem de uma vez, em vez de continuar sofrendo.
Carlos
Gerbase é
jornalista e trabalha na área audiovisual, como roteirista e diretor.
Já escreveu duas novelas para o ZAZ (A
gente ainda nem começou e "Fausto"). Atualmente
finaliza seu terceiro longa-metragem, Tolerância, com Maitê Proença e Roberto Bomtempo. |
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