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Serviço |
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Shows no Brasil
Porto Alegre, 10 de outubro
São Paulo, 11 de outubro
Rio de Janeiro, 13 de outubro
Mais detalhes |
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Fotos |
Sereno e discreto, Clapton é um dos poucos bluesman brancos que exercem um fascínio fora do comum sobre o público. Confira fotos |
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Show: São Paulo, 11/10 |
Clapton, apesar de burocrático, agrada ao público paulista
Sexta-feira,
12 de outubro, 1h50
Veja também:
Galeria
de fotos do show
Como foi o show em Porto Alegre
Show em Porto Alegre pode
dar multa
Fotos
do show em Porto Alegre
Como
foi o show no Rio de Janeiro
A diferença entre 1990 e 2001 é que
o pop já não fala mais tão
alto nos amplificadores de Eric Clapton. Parece
um show para ele mesmo - mas o público embarca
junto entre as ondas de baladas, blues chorados
e canções pulsantes. Esse foi o resultado
do show do guitarrista inglês em São
Paulo, nesta noite de quinta-feira, dia 11.
Bota marron cano-longo de escalada nos pés,
barba por fazer, camisa azul-marinho com gola aberta
um pouco abaixo do pescoço, eis Clapton (veja
fotos do show) se apresentando novamente
no País, para um estádio do Pacaembu
lotado (30 mil pessoas, segundo a produção),
pouco antes das 22h. Os ingressos estavam esgotados,
mas pelas ruas não faltaram "Quer um
ingresso aí, chefia?", dos cambistas.
Porto Alegre, São Paulo e Rio são
os portos da volta ao blues de Clapton - que está,
segundo o mesmo, em sua última turnê
mundial. "Quero passar mais tempo com minha
filha", disse o músico em entrevista
exclusiva ao Terra.
O já entregue início acústico
do show não foi tão "acústico"
assim, a não ser pelo fato de Clapton e músicos
tocarem sentados. O guitarrista segurava uma semi-acústica
quando abriu com a instrumental do novo disco, Reptile.
Ressaltando uma frieza que tradicionalmente carrega,
falou pouco com o público, que estava eufórico
por presenciar o bom e velho "Slowhand".
Clapton praticamente repetiu sem desvios o menu
de seus shows semanas atrás na América
Latina.
À James Taylor
Ok que trocou Key to the Highway pela já
citada instrumental, mas de resto rolou uma certa
"burocracia de repertório", que
o público nem ligou, envolvido com a presença
de Clapton no palco. A primeira parte do show foi
à James Taylor. Os casais adoraram a subversão
do músico, que escapou da eterna convenção
de se iniciar um show em um estádio lotado
com músicas de impacto.
A segunda da noite foi Got You On My Mind,
seguida por Tears in Heaven, que sempre emociona
por estar relacionada com a morte do filho do guitarrista,
que caiu da sacada em um prédio. A primeira
pop de Clapton foi Change the World, a deixa
para o músico em seguida pegar sua Fender
colorida e se deixar encaixar no mito de guitar
hero. A música? My Father's Eyes.
Mas o que fascina tanto as pessoas naquele senhor
discreto, distante, que por acaso segura uma guitarra?
Na verdade ele é a ponte para o público
comum entre o pop e o blues. Clapton é veterano,
mas compõe com pulso jovem. Suas canções
perduram como hinos do rock clássico - tanto
que o público berrou ao ouvir o riff inicial
de Cocaine, tocado no meio do show de quase
duas horas. Ah! Ele é branco, o que torna
seu blues mais acessível ao ouvinte que não
busca raízes.
E até parecia fora do contexto abrigar o
show de Eric Clapton em um estádio como o
Pacaembu. Mas com cadeiras alinhadas no gramado
o cenário se encaixou. Falando nos clássicos,
Wonderful Tonight, Layla e Sunshine
of Your Love lembraram aquela fase em que o
músico começava a escapar do power
trio do Cream, que saudosistas adoram dizer que
foi a melhor fase do guitarrista.
Velhos amigos
Clapton veio com velhos amigos ao Brasil, e dois
deles estiveram no País quando ele veio pela
primeira vez, há uma década (leia
como foi o show de 1990): o tecladista Greg
Phillinganes e o baixista Nathan East, parte da
nata dos músicos de estúdio dos EUA.
A novidade ficou por conta de Steve Gad na bateria
e o antigo tecladista de Sting, David Sancious.
Como pode se ver, Clapton não viaja com blueseiros
velhinhos capengas, que não conseguiriam
reproduzir as músicas pop do artista.
É curioso também ouvir no bis uma
versão de Somewhere Over the Rainbow,
tema eterno no filme O Mágico de Oz,
no violão de Clapton - a estranheza, no entanto,
pode muito bem vir de lembranças de Judy
Garland cantando-a. Tirando um "obrigado"
no fim da primeira música, Clapton não
falou mais nada com o público, que bateu
palmas, cantou e se emocionou com o inglês.
O guitarrista parece realmente cheio de circular
pelo mundo tocando um show previamente armado e
engessado, para uma platéia que quer eternamente
ouvir seus clássicos. Agora, segundo Clapton,
somente o público de Nova York e Inglaterra
vão poder ouví-lo. Quem viu, viu -
quem não, vai ter de se contentar com os
CDs do músico, que vão continuar saindo,
é claro.
Ricardo Ivanov/Redação
Terra
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