Segunda-feira, 3 de setembro de 2001
Com as malas arrumadas para ir para Los Angeles, o rei do jazz cubano Chucho Valdés diz que a mudança da cerimônia do Grammy Latino de Miami é uma vergonha, pois a música é uma linguagem universal e não deve ser confundida com a política.
"É uma pena a mudança de cidade'', disse Valdés no domingo, depois de um show em que encantou a platéia com seu virtuosismo no Hotel Nacional de Havana. Visto por críticos como um dos únicos astros no gênero, Valdés deixou clara sua opinião de que a política deve ser deixada de fora desses eventos.
A premiação de 11 de setembro do Grammy Latino deveria ser realizada em Miami, mas os organizadores abruptamente trocaram o evento para Los Angeles no mês passado, por temores quanto à segurança dos artistas e convidados, ameaçada por protestos de exilados cubanos na cidade.
A troca de lugar foi um golpe para Miami, que tem uma população de 600 mil cubano-americanos e uma imagem de intolerância por causa da veemência da oposição de alguns exilados ao presidente Fidel Castro.
Valdés, de 59 anos, é um entre vários cubanos indicados para o Grammy Latino. Ele disse que todos os artistas de Cuba viajarão a Los Angeles e já estavam com os vistos norte-americanos. Outros indicados cubanos são os cantores Isaac Delgado e Omara Portuondo, ambos do grupo Buena Vista Social Club, além da cantora Cecília Gonzales.
Reuters
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