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Jogador que luta por direitos sofre nas mãos do Clube dos 13
Segunda-Feira, 21 Agosto de 2000, 19h47

São Paulo - Preocupados com os altos salários e as regalias dos jogadores de futebol, os dirigentes do Clube dos 13 decidiram radicalizar. Em reunião realizada na última sexta-feira, eles fizeram um pacto e definiram que qualquer atleta que entrar na Justiça comum exigindo o passe livre não será mais contratado por nenhuma equipe que fizer parte da entidade.

A medida visa proteger os clubes, que vêm tendo problemas com renovações de contratos. Os casos que chamam mais atenção na atualidade são os dos jogadores Reidner, do Botafogo, e, principalmente, do volante Rogério, do Palmeiras. Ele não fez acordo com a diretoria do Alviverde e decidiu entrar na Justiça para tentar obter seu passe.

Qualquer Jogador que tomar a atitude de Rogério, por exemplo, não poderá atuar em equipes como Corinthians, São Paulo, Flamengo, Botafogo, Sport, Santos, Grêmio, Inter, Atlético, Cruzeiro e Sport, se os clubes seguirem à risca o que acertaram no último encontro.

"Se o jogador entrar na Justiça comum pedindo o passe não será mais contratado por qualquer equipe do Clube dos 13", confirmou Paulo Amaral, presidente do São Paulo e do comitê executivo da Copa João Havelange. "Nosso objetivo é proteger os clubes, que estão vulneráveis." A decisão de adotar a nova estratégia de colocar os jogadores 'contra a parede' foi unânime.

Com a medida, os atletas serão obrigados a exigir menos no momento da renovação do contrato, caso queiram permanecer num grande time, e não poderão mais lutar pelo passe, porque o único meio para consegui-lo é por meio da Justiça comum ou trabalhista. A Justiça desportiva não tem poder para julgar esse tipo de caso.

Segundo o advogado do Clube dos 13, Álvaro Melo Filho, o Sindicado dos Atletas não terá como recorrer ou fazer qualquer manifestação contra a decisão tomada pela entidade. "O Sindicato dos Atletas não têm o que fazer para impedir que isso aconteça, porque o que foi decidido apenas faz parte de um princípio constitucional de liberdade contratual", explicou Melo Filho. "Com a medida, os atletas terão de pensar duas vezes antes de decidir o futuro, pois eles têm vida curta", prosseguiu. "O jogador precisa preservar sua imagem para não ficar marcado como um jogador-problema e ter a carreira prejudicada."



Agência Estado


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