São Paulo - A espinha dorsal que deu ao Corinthians os maiores títulos de sua história está desfeita. Com a saída de Vampeta, confirmada nesta segunda-feira pela diretoria do clube, o esqueleto do time campeão mundial e bi brasileiro está desmontado.

Desde a saída do volante Rincón, em fevereiro, o Corinthians perdeu todas as peças-chaves dos três setores – defesa, meio-de-campo e ataque – da equipe. Depois da ida do colombiano para o Santos, o goleiro Dida foi para o Milan, da Itália, em julho e o atacante Edílson foi negociado com o Flamengo, neste mês.

Último atleta da espinha dorsal corintiana, Vampeta sai do clube com ares de insubstituível. Durante a arrastada negociação entre Inter, Corinthians e Vampeta, o técnico do Timão, Oswaldo Alvarez, não escondia de ninguém que a perda do volante traria prejuízos táticos irreparáveis, comprometendo a atual maneira de jogar do time.

Embora seja adepto do 3-5-2, Vadão chegou ao Parque São Jorge e anunciou que não alteraria radicalmente o esquema tático da equipe, acostumada a jogar, e vencer, no 4-4-2 há dois anos e meio.

"No mundo, há no máximo seis jogadores capazes de substituir o Vampeta. Pedi a contratação do Verón (meio-campista argentino com cotação de mercado duas vezes maior à de Vampeta) e me contrataram o Inverno", chegou a brincar Vadão, referindo-se também à demora na contratação de reforços.

Ontem, visivelmente incomodado, o treinador corintiano não quis comentar a venda de Vampeta. A alegação? Não havia ainda anúncio oficial da transação.

"O Nei (Carlos Nujud, diretor de futebol) falou que só estão esperando o fax para sacramentar. Mas enquanto não sacramentou...", disse.

No início da noite de ontem, o diretor de futebol do Corinthians, Carlos Nujud, confirmou o negócio. "Está vendido. Só falta a Hicks avisar que já está assinado também, o que vai acontecer no máximo amanhã de manhã", confirmou.

A Inter de Milão vai pagar por Vampeta US$ 15 milhões (R$ 27 milhões), valor da multa contratual estabelecida na renovação de contrato do cabeça-de-área, há seis meses. "Concordamos com isso quando o contrato do Vampeta foi renovado", afirma Nujud.

O jogador deve receber US$ 2 milhões (R$ 3,6 milhões) por um contrato de quatro anos com o time italiano. O empate por 1 a 1 no último domingo com o Botafogo, no Rio de Janeiro, foi, portanto, a despedida de Vampeta.

Indicado por Wanderley Luxemburgo, o volante chegou ao time em janeiro de 98, contratado por US$ 5 milhões (R$ 9 milhões). Além do Mundial de Clubes neste ano, foi bicampeão brasileiro e campeão paulista.

L! Sportpress