Rio - Alfredo Sampaio, técnico do Bangu, mas que também
exerce a função de presidente do Sindicato dos Atletas de Futebol (Saferj),
classificou de inconstitucional a decisão do Clube dos 13, de boicote ao
jogador Reidner, que está movendo um processo na Justiça contra o Botafogo.
Sampaio observou que a legislação permite a todos o direito ao trabalho.
"Impedir que uma pessoa exerça sua profissão é ilegal. Lamento que isto
parta de deputados como Eurico Miranda - vice-de-futebol do Vasco -, e Zezé
Perrela - presidente do Cruzeiro -, que deveriam zelar pelo cumprimento das
leis, além do presidente do Botafogo, Mauro Nei Palmeiro, que já dirigiu o
Tribunal da CBF e é advogado. Infelizmente o Reidner procurou o caminho
errado. Em vez de ir ao sindicato, foi procurar orientação de empresário e
levou a pior", disse.
Sampaio afirmou que foi procurado por alguns jogadores do Botafogo,
aconselhando-os a aguardarem o momento certo para uma ação conjunta. O
presidente do Saferj acrescentou que a situação dos clubes cariocas é tão
grave que, se os atletas entrarem com ação na Justiça, cerca de 90% poderão
ganhar passe livre. Os argumentos, não só no caso do Botafogo, são os
mesmos: os clubes não recolhem Fundo de Garantia, INSS e direito de imagem.
"Depois de desfigurarem a Lei Zico, conseguiram alterar toda a legislação
esportiva. Agora estão dando um golpe final, com essa atitude no caso
Reidner. O sindicato está preparando um documento para enviar ao Ministério
Público do Trabalho em nível estadual e Federal. O Reidner está sendo
impedido de trabalhar por um acordo que, na verdade, não passa de uma
aberração", concluiu.