Rio - O técnico da seleção brasileira, Wanderley Luxemburgo, admitiu na tarde desta quinta-feira, em entrevista coletiva no Rio de Janeiro, que pode ter sonegado impostos.
O treinador garantiu, no entanto, que eventuais irregularidades nas suas declarações de renda não foram feitas de forma voluntária.
Luxemburgo teve o sigilo bancário quebrado a pedido da Polícia Federal, em processo que apura as denúncias de Renata Carla Moura Alves, que diz ser ex-secretária do treinador. Renata afirmou que fazia compra e venda de bens levados a leilão com o dinheiro de Luxemburgo, como forma de enganar o Fisco.
Segundo o advogado de Renata, Fernando Andrade da Silva, ela fazia arremates em leilões e depois revendia os bens -carros, telefones e apartamentos. As negociações, explicou, eram feitas em nome de sua cliente, que tinha uma procuração de Luxemburgo.
"Depois, ela repassava os lucros para o treinador, ficando com uma comissão de 10%", disse o advogado. Os negócios aconteceram entre os anos de 1992 e 96.
O técnico reconheceu também que Renata comparecia aos leilões e arrematava bens. Alguns desses bens, disse ele, eram transferidos para seu próprio nome e outros para o nome de Renata.
Luxemburgo -que contratou os advogados Michael Assef (criminalista) e Maurício Malucelli (tributarista)- afirmou ainda que se, ao final do processo, a Receita Federal comprovar as irregularidades, está disposto a quitar a dívida "sem problema algum."
A procuradora do Ministério Público Federal, Lilian Gulhon Dore, vai anunciar na próxima semana se apresenta denúncia contra o treinador.