Rio - O advogado de Wanderley Luxemburgo, Michel Assef, está reunindo depoimentos de antigos clientes da ex-secretária do técnico da seleção brasileira Renata Moura Alves, que se dizem lesados por ela. A atitude faz parte da estratégia da defesa a fim de desqualificar as declarações que Renata tem feito contra Luxemburgo. A ex-secretária responde a três processos por apropriação indébita e inadimplência.
Renata é acusada de aplicar um golpe em clientes interessados na compra de imóveis e carros em leilões públicos. Ela recebia comissão pelos serviços, antecipadamente, mas os leilões eram posteriormente cancelados e o dinheiro que deveria ser devolvido aos clientes acabava ficando com a acusada.
O Banco Bradesco também move uma ação contra a ex-secretária de Luxemburgo e seu pai, o advogado Roberto Carlos Baptista Alves, por não pagamento de um empréstimo pessoal de R$ 17 mil. O empréstimo foi obtido no dia 24 de abril de 1995, mas Renata, que tinha o pai como avalista, não pagou a dívida e o banco acabou processando os dois.
Os advogados do Bradesco conseguiram na Justiça a penhora de um imóvel de Baptista Alves, em Copacabana, mas o advogado entrou com recurso. A acusação contra a ex-secretária de Luxemburgo de que ela aplicava golpes contra seus clientes em leilões públicos foi feita por um grupo de dez pessoas.
Além de querer o dinheiro de volta, o grupo pretende processar Renata Moura Alves por falsidade ideológica, porque ela se apresentava como advogada, embora ainda seja estudante de direito.
A dona de casa Paulina Ramos Diniz diz ter sido uma das vítimas de Renata. Paulina alegou que ela se apropriou de cerca de R$ 31 mil, que lhe foram repassados para comprar um apartamento na zona norte do Rio, durante um leilão judicial. A oferta pública, porém, foi cancelada. O leiloeiro Levir Vianna apresentou recibos, garantindo que houve a devolução da quantia para Renata. "Ela é conhecida por fazer negócios irregulares", afirmou Vianna.
O comerciante Renon Dias de Melo também se disse lesado por Renata. Melo afirmou ter adquirido dez carros por cerca de R$ 20 mil, em negócios fechados por ela. Um dos veículos não existia e o leilão dos outros foi cancelado. O Ministério do Trabalho devolveu o dinheiro de nove carros, mas Renata teria embolsado R$ 1.800,00 referente a um dos veículos, segundo Renon Dias de Melo. O prejuízo do comerciante seria de R$ 3.800,00, incluindo a comissão paga previamente.