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Teixeira cumpre rotina e escapa de uma nova crise
Sexta-Feira, 25 Agosto de 2000, 20h04

São Paulo - Já virou rotina. Toda a vez que estoura algum problema, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, está fora do País. Nem as suspeitas de sonegação de impostos do técnico da seleção, Wanderley Luxemburgo, conseguiram mudar essa situação. Procurado nesta sexta-feira pelo Estado, o assessor de Comunicação da CBF, Carlos Lemos, informou que Teixeira estava no exterior. Mais precisamente na Guatemala, para um congresso de futsal.

Fiel ao estilo, só este ano o dirigente já se esquivou de outras duas confusões. No final de junho, a Fifa suspendeu o Gama de qualquer competição e jogou o futebol brasileiro num impasse. O Clube dos 13 assumiu e depois desistiu de organizar uma competição porque foi derrotado na Justiça pelo Gama. Com a posição oficial da CBF de não organizar nenhum campeonato, a situação ficou caótica e não se sabia se haveria futebol no segundo semestre. Enquanto tudo isso acontecia, Teixeira andava pelo exterior.

No final de julho, quando o caos parecia iminente e a pressão da TV Globo chegou ao ponto máximo, o presidente da CBF resolveu entrar em campo. Reuniu-se com o senador José Roberto Arruda (PSDB-DF) e oficializou a virada de mesa, com Gama, Bahia e Fluminense na Primeira Divisão. Teixeira também intercedeu na Fifa para que a punição fosse levantada. A CBF, porém, continuou oficialmente fora e a Copa João Havelange foi organizada pelo Clube dos 13.

Mesmo assim, no final de julho, houve um novo impasse. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) não aceitou ser substituído por um comitê de penas e ameaçou destituir o presidente da CBF do cargo. Mais uma vez, Teixeira não estava. Viajou para um congresso em Zurique e não deixou substituto. Como o Clube dos 13 voltou atrás, o STJD não cumpriu a ameaça.

"Isso é o reflexo da falta de transparência no comando do futebol brasileiro", criticou o deputado federal José Genoíno (PT-SP). A solução, segundo ele, é criar mecanismos de controle público para fiscalizar o futebol. "Tentamos mudar isso na Lei Pelé, colocando o Ministério Público para fiscalizar essa área, mas infelizmente isso não passou", lamenta.

Agência Estado


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