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Judocas brasileiros chegam treinando duro
Segunda-Feira, 28 Agosto de 2000, 10h06

São Paulo - Os judocas brasileiros não tiveram descanso nem no primeiro dia de treinos no dojô da Arena do Instituto Australiano do Esporte. Titulares e reservas pegaram firme em simulações de combates com diversos adversários. Com a equipe renovada, a melhor maneira de controlar a ansiedade é botar a garotada para lutar.

"A equipe é bem jovem mas está todo mundo tranqüilo", disse Mário Sabino, um dos mais velhos do grupo, com apenas 27 anos. "Mas só de pensar que é minha primeira Olimpíada eu sinto um frio na barriga." Sabino, que ganha a vida como policial militar, acredita que todas as categorias brasileiras têm chances de medalha. Mas, segundo ele, todos têm que treinar muito nos dias que antecedem os Jogos Olímpicos. "Sem sangue, sem sucesso."

Além de treinar pesado, Edinanci Silva tenta esquecer que está prestes a participar de sua segunda Olimpíada. "Não quero pensar muito nisso para não ficar nervosa e travada", disse a sétima colocada em Atlanta-96. Para Edinanci, o importante neste momento é treinar. "Mais vale cair mil vezes no treino, do que uma só em Sydney", afirmou a atleta, que está com os cabelos descoloridos.

Na simulação dos combates, os judocas trocavam os seus adversários constantemente. Independente do peso, todos se enfrentaram, inclusive homens contra as mulheres. Os combates duraram cinco minutos, para apenas um de descanso. Nesta fase dos treinos, titulares e reservas ficam juntos o tempo todo. A partir do dia 14, dependendo da categoria, somente os titulares seguem para Sydney. "Só mesmo antes da viagem é que o cargo de titular vai valer. Aqui não existe nenhum tipo de distinção", disse o treinador principal da equipe, Geraldo Bernardes. "Todos são tratados da mesma maneira, até como uma forma de motivar o trenamento", completou Geraldo.

Para o peso pesado Daniel Hernandes, de 21 anos, o fato de a equipe ser renovada não significa dizer que ela é inexperiente. "Idade diz muito pouco nessas horas. Eu mesmo estou na seleção desde 98 e faço umas seis viagens por ano. Todo mundo aqui tem muita bagagem", disse. Tranqüilo, Daniel diz que ainda não sentiu a pressão por estar às vésperas dos Jogos Olímpicos. "Ainda não deu aquele estalo", disse o atleta de 145kg.

Redação Terra


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