Rio - A estudante de Direito Renata Carla Moura Alves, ex-secretária de Wanderley Luxemburgo, disse nesta segunda-feira que a decisão do técnico da seleção brasileira de só levar para as Olimpíadas jogadores com menos de 23 anos foi proposital para barrar a ida de Romário a Sidney. "Ele tem asco do Romário", contou, em entrevista por telefone. "Ele sempre dizia que se um dia fosse técnico da seleção o Romário ia ver com ele, ia pagar."
Renata contou que a rixa entre Wanderley e Romário piorou bastante a partir de 1995, quando os dois eram do Flamengo. Naquela época, como técnico do time, Wanderley não admitia que o jogador recebesse tratamento especial e os dois acabaram se desentendendo - o episódio culminou no afastamento do técnico. Segundo Renata, Wanderley ficou muito irritado com o episódio. "Wanderley tinha o Flamengo como vitrine", disse. "Sempre foi interesse dele pular dali para o São Paulo e para outros times grandes e, dali para frente, ia fazer qualquer coisa, a qualquer preço, para chegar aonde chegou", explicou.
Segundo Renata, o atacante não terá chance em nenhum lugar no qual Wanderley esteja no comando. "Romário não terá chance onde estiverem os conhecidos do Wanderley, não adianta, até mesmo com o Zico", disse. "Onde estava o Zico na Copa de 98?". O ex-jogador era auxiliar-técnico de Zagallo em 1998 e foi um dos principais responsáveis pelo corte de Romário do time.
Renata afirmou ainda que o fato de Ronaldinho não ter sido convocado para jogar pela seleção contra o Equador, em 26 de abril, sob a alegação de estar acima do peso, deve ter outra explicação. "Essa história é recente, eu já não era mais procuradora do Wanderley", frisou, lembrando notícias publicadas segundo as quais Ronaldinho foi barrado porque teria recusado um negócio com o técnico, que estaria tentando intermediar sua venda para um time europeu. "Mas conheço outras histórias bastante parecidas e provavelmente essa daí tem fundamento."