Santos - Narciso considera que já venceu a primeira etapa da guerra contra a leucemia, que o obrigou a se submeter a um transplante de medula no dia 5 de maio, no Hospital de Clínicas de Curitiba. Em entrevista coletiva nesta terça-feira, no salão nobre do Santos, o jogador disse também que está pensando em criar uma fundação de atletas para ajudar os doentes de câncer e o hospital curitibano em que ele foi operado.
Segundo o médico Evandro Trocoli, Narciso já conta com 95% das células de sua irmã Nilda, a doadora da medula. "Foi uma recuperação fantástica", disse ele, revelando que a equipe médica que fez o transplante vai determinar quando será o retorno do volante às atividades físicas.
Durante a coletiva, Narciso relembrou o drama que começou a viver durante a pré-temporada do Santos, em janeiro, quando os exames revelaram a doença. "De repente, você está bem e recebe a notícia de uma doença que nem sabe o que é", disse ele. "A palavra câncer assusta muito e eu pensava em morte; quando ia deitar, demorava duas horas para dormir e ficava pensado no que ia acontecer".
Para superar isso tudo, o atleta contou com o apoio de amigos e dos familiares. "Foi importante, porque tinha que ter o pensamento positivo, pois não podia ficar 24 horas só pensando naquilo, vivendo uma situação que ainda não havia acontecido".
Narciso ficou animado com a recuperação que teve nesses 120 dias, desde que iniciou o tratamento para o transplante de medula, e revelou que pretende retornar o mais breve possível aos campos. A previsão é de que ele volte aos treinamentos físicos no início do próximo ano, mas terá que fazer os trabalhos à noite, pois só poderá tomar sol a partir de maio.
A doença mudou muito a sua forma de ver a vida. Tanto que Narciso pretende organizar uma entidade reunindo atletas para ajudar os doentes com câncer. "Pretendemos reunir material esportivo e fazer alguns amistosos beneficentes", revelou ele.