Santos - O Santos tenta se aproveitar da crise corintiana, nesta quarta-feira à noite, no Morumbi, para refazer-se dos estragos provocados pela derrota de 3 a 2 para o Palmeiras, no domingo. O volante Rogério, do Palmeiras, estaria quase contratado, mas a diretoria prefere negar a transação.
A esperança é que Rincón - cumpriu suspensão pela expulsão em Caxias - consiga ser o ponto de equilíbrio que faltou ao time no clássico de domingo.
Mas o colombiano alertou que sozinho não tem condições de resolver os problemas da equipe. "Está na hora de todos se beliscarem um pouquinho porque precisamos melhorar. O Santos está pagando por ter deixado de fazer o que se esperava dele. Independente de enfrentar o maior rival, temos que conquistar os três pontos e isso só será possível com mais trabalho", analisa o volante, que foi um dos poucos titulares que treinou sob chuva, ontem à tarde, no CT Rei Pelé.
Rincón, protagonista da transferência mais tumultuada do futebol brasileiro nos últimos anos, foi hostilizado pela torcida corintiana ao entrar em campo para enfrentar pela primeira vez o seu ex-time, em março, no Morumbi. Foi uma chuva de impressos imitando dólares, com a efígie do jogador no centro, um demorado coro chamando-o de mercenário e uma humilhante goleada de 5 a 1.
Mas ele diz que já esqueceu tudo. "No futebol não se pode viver de lembranças. Do meu lado e do Corinthians, todos viram que eu tinha razão em tudo o que falei."
Falta de sintonia - No Santos, a falta de sintonia não está apenas dentro de campo. Nesta segunda-feira, pouco depois de o técnico Giba voltar a se queixar da falta de sorte nos últimos jogos, Rincón deu outra explicação para os maus resultados. "A própria pessoa é o azar. Não acho que esteja faltando sorte. O que é preciso é o time todo correr mais para recuperar os pontos perdidos. Se ficarmos reclamando da falta de sorte não vamos chegar a lugar nenhum. Esse time foi armado para disputar um bom campeonato e até agora mostrou muito pouco. Mais importante do que falar é trabalhar."
Rincón ainda não se conformou em ter recebido o cartão vermelho contra o Juventude. "Fui expulso não pela jogada em si, mas pelas reclamações durante o jogo. E reclamo sempre que achar que o meu time está sendo prejudicado. A reclamação é nossa única arma, porque ninguém cobra os erros dos juízes.
Eles prejudicam um time num dia e no outro estão apitando outra partida, como se nada tivesse acontecido. O que apitou o jogo em Caxias me expulsou e eu e o Santos fomos os prejudicados."
Contra o ex-clube - Giba deixou para escalar o time somente após o treino desta terça-feira à tarde. Mas deve manter Sangalletti - para substituir Preto, que cumprirá suspensão - e Caio como titulares. O jogo de amanhã será o primeiro de Giba como técnico contra o Corinthians, onde atuou no início dos anos 90 como lateral-direito. Sua principal tática nos últimos dias tem sido tentar mostrar que o Santos não é superior a nenhum dos grandes clubes que estão disputando a Copa João Havelange.
"Somos um time em formação. Se contratamos mais do que os outros clubes foi porque não tínhamos jogadores. Começamos o ano 2000 do zero e ainda não chegamos a uma formação ideal. Como a competição é longa, há tempo para os ajustes e a nossa meta é estarmos com um time equilibrado quando começar o `mata-mata' entre os 12 classificados para a fase seguinte."
Edmundo, que voltou a reclamar dos erros da defesa após o jogo de domingo, e Carlos Germano, que falhou no gol de Basílio e por pouco não tomou um `frango' antológico receberam autorização da Diretoria para faltar nesta segunda à tarde.
Adiel, que chegou a ser comparado ao ex-ponta-esquerda Edu, deve ser emprestado por três meses ao Urawa, do Japão. Depois que se recuperou da fratura por estresse na perna direita, ele não conseguiu mais se firmar e nem sequer foi inscrito para a Copa João Havelange. Os dirigentes confirmam que há interesse na contratação de um lateral-direito, mas desmentem que seja Chiquinho, ex-União São João, atualmente no futebol alemão.