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São Paulo - Ao contrário da maioria dos atletas que, às vésperas da Olimpíada de Sydney, buscou refúgios longe da imprensa e torcedores, para conseguir concentração total, a saltadora Maurren Higa Maggi, que mora no Projeto Futuro, está treinando na pista do Ibirapuera, em São Paulo. Esta é a sua última semana de preparação no Brasil.
Ela viaja domingo para fazer aclimatação em Camberra, na Austrália, na companhia do seu treinador, Nélio Moura. No dia 19, embarcará para Sydney. As provas de classificação para o salto em distância serão no dia 27.
"Bater papo sobre a Olimpíada me ajuda a controlar a ansiedade", declarou Maurren, que tem "acabado com as unhas". Para imitar o visual da americana Florence Griffith Joyner recordista mundial nos 100 metros (10s49), a atleta brasileira confessa que poderá usar unhas postiças e pintadas com as cores da bandeira do Brasil nos Jogos de Sydney, assim como fez durante o Pan-Americano de Winnipeg, no Canadá, em 99. Na ocasião, ela ganhou o ouro.
Maurren transforma a tal ansiedade em "energia". "Só consigo saltar quando estou ansiosa, porque o friozinho na barriga me faz sentir competitiva." Segundo a atleta, o único problema é que, na noite anterior à prova, não consegue dormir.
A saltadora deixou de disputar os meetings de Zurique e Monte Carlo este mês para dar prioridade aos treinos no Brasil. "É importante para pegar ritmo e ganhar dinheiro, mas senti que seria melhor treinar aqui." A opção tem justificativa. Em junho e julho, ela fez uma excursão pela Europa, disputando cinco mettings, mas o resultado não foi muito satisfatório.
Para Maurren, se tivesse saltado acima dos 7 metros antes dos Jogos, seria apenas coincidência. A sua melhor marca este ano é 6m93, conseguida no Grand Prix do Rio. O recorde pessoal (também a melhor marca de 1999) foi estabelecido no Sul-Americano do ano passado: 7m26. "Demos prioridade à parte física, velocidade e explosão; agora vamos pensar na prova", declarou Nélio Moura.
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