São Paulo - Desde que ficou sem contrato, durante a Copa dos Campeões, em julho, o paciente volante Galeano passa os dias treinando separadamente do grupo do Palmeiras. Dos três atletas que tinham a situação indefinida, Galeano foi o único que sobrou. Os companheiros Rogério e Euller, que acabou transferindo-se para o Vasco, travaram verdadeiras batalhas com o Alviverde.
Assistindo de camarote à toda a turbulência, Galeano, por sua vez, permanece calado. A diretoria pediu que ele treinasse em horários distintos de seus companheiros. Enquanto a delegação viajava para a Argentina, na terça-feira, para enfrentar o Independiente, pela Copa Mercosul, o volante corria solitário pelos quatro campos da Academia. Quando o grupo treina no CT, ele vai a uma academia de ginástica para manter o preparo físico.
Seria uma triste sina para um jogador que, após ter sua utilidade contestada pelos torcedores, deu a volta por cima e impôs seu estilo combativo dentro de campo? Ele considera que não e, depois de cerca de dez anos defendendo o clube, encara com naturalidade a atual situação. "Não tenho problema nenhum com o Palmeiras", disse. "Sei que toda esta história está perto de um desfecho." O jogador não descarta a possibilidade de renovar seu contrato.
Proposta européia - Apesar da chance de renovar, também existe uma grande possibilidade de ele vestir a camisa de outro clube. O volante revelou que uma equipe européia manteve contatos com o presidente do Palmeiras, Mustafá Contursi, que aceitou a proposta para negociar seu passe. "Mas eles não deram retorno e estou aguardando", conta.
Depois de todo o trabalho que Galeano teve para ganhar a confiança da torcida, tendo feito, contra o arqui-rival Corinthians, o gol que levou o Palmeiras à final da Copa Libertadores deste ano, ele não teme ter de começar tudo de novo em outros ares. "Sou experiente e vencedor; não terei dificuldades em me adaptar a uma nova equipe." Enquanto isso não acontece, ele corre, levanta peso e faz abdominais. Na angustiante expectativa de um final feliz.