São Paulo - O presidente da Fifa, Joseph Blatter, acenou ontem com a possibilidade de reduzir de quatro para três anos o intervalo entre as Copas do Mundo. Isso poderá acontecer se for implantado um novo sistema de rodízio para a realização de mundiais, hipótese que está em estudo por uma comissão nomeada pela entidade.
Segundo Blatter, até agora já foram formuladas 20 propostas e uma delas é a redução do intervalo entre as competições para que não leve 24 anos para o Mundial ser realizado por um país de cada continente. Na opinião do presidente da Fifa, que concedeu entrevista à Rádio Eldorado, esse período é muito longo.
Ele garantiu que a recente intervenção da entidade no futebol brasileiro em função do caso Gama não prejudica as chances do Brasil em sediar uma Copa.
No entanto, acredita ser justo recompensar o continente africano com um Mundial. Blatter deu também sua opinião sobre a Lei Pelé. Ele acha ótimo que o futebol profissional seja organizado como quaisquer empresas comerciais e frisou que as autoridades de cada país devem controlar a contabilidade dos clubes.
O dirigente deu como exemplo a França, onde os responsáveis pela implementação da nova legislação esportiva executam um ótimo gerenciamento.
Sem isso, observou Blatter, o time é relegado à segunda divisão. Para ele, as dificuldades que o Brasil vem enfrentando nas eliminatórias para a Copa de 2002 são naturais. Joseph Blatter acha que hoje não existe mais time fraco no mundo, embora considere muito difícil países como a Argentina e o Brasil não se classificarem para o Mundial. Afirmou, porém, que a evolução de outros países é muito boa para o futebol.
O presidente da FIFA considera também que o primeiro Campeonato Mundial Interclubes, realizado este ano no Brasil e vencido pelo Corinthians, a exemplo de outras competições novas, deverá encontrar um lugar próprio no calendário. Ele confirmou que a competição de 2001 será realizada em agosto, na Espanha, com participação de 12 times.