Porto Alegre - O humor de Zé Mário no intervalo do jogo de ontem contra o Vitória dizia tudo. Otimista inveterado, sempre propenso a enxergar a boa atuação do time mesmo nas circunstâncias mais adversas, o técnico do Inter saiu de campo depois do primeiro tempo – quando a goleada apenas se desenhava e o Inter tinha tomado dois – exclamando nos microfones das emissoras de rádio.
"Tá muito ruim", reclamou. E estava mesmo, como o próprio Zé Mário admitiria mais tarde, ao final da partida, qualificando a derrota como merecida. Mas, já mais calmo, o treinador viu méritos na atuação do time durante o segundo tempo. Os próprios jogadores do Inter foram unânimes em admitir que o time jogou mal.
Desolados alguns, indignados outros, o grupo foi deixando o estádio Barradão, em Salvador enfileirando um rosário de autocríticas. Márcio Goiano comentou que o time foi mal.
Leandro Guerreiro declarou que o Inter não se acertou em nenhum momento do jogo. O lateral esquerdo Dênis chegou a ser ainda mais radical, resumindo a partida em uma sentença amarga. "Não jogamos nada, e quem não joga nada tem mais é de tomar três mesmo", disparou.
Dominado em campo e subjugado pelo adversário durante boa parte do segundo tempo, o Inter se perdeu e errava passes com freqüência. A explicação fornecida pelo volante Carlinhos para o desastre do Inter em campo chegava a ser tão humorística quanto a movimentação do time no gramado.
"Estamos criando oportunidades, mas eles estão voltando muito rápido", teorizou o volante.
Para tentar reverter o fiasco, o Inter pode apelar para Fabiano e Rodrigão. Os dois, que ficaram em Porto Alegre, participarão de coletivos contra juniores e juvenis. Serão avaliados para detectar se têm condições de embarcar para estar no banco no próximo jogo, sábado, contra o Gama. Se Zé Mário resolver que precisa de todas as armas disponíveis para evitar um novo desastre como o de ontem, os dois atacantes podem ser requisitados.