São Paulo - São três camas sobrando. 204 atletas devem representar o Brasil em Sydney, mas o Comitê Olímpico Brasileiro se preveniu e deixou três lugares a mais, que podem ser ocupados por Sanderlei Parrela, do atletismo, pego em um exame antidoping e que ainda espera julgamento da Federação Internacional de Atletismo, e dois atletas do tiro, que reivindicam que se aceite convite formulado pela federação internacional da modalidade. "Para todos os efeitos, temos acomodações e credenciais para eles também. Se for decidido que eles participarão dos Jogos, está tudo pronto", disse Marcus Vinícius Freire, chefe da delegação brasileira, durante a abertura da Vila Olímpica.
Sydney começou a viver de fato, neste final de semana, o clima da última Olimpíada do milênio. Na manhã de sábado (noite de sexta-feira no Brasil) foi aberta oficialmente a Vila Olímpica, que abrigará 10,2 mil atletas de 200 países. Equipados com móveis fabricados a partir de matérias primas recicláveis, os centros de imprensa contam com serviços que vão de restaurante a salão de cabeleireiro, passando por boutique, café, loja de conveniência, banco e uma agência de viagens.
Os primeiros atletas brasileiros a chegar à vila foram os iatistas Torben Grael e Marcelo Ferreira. Eles estão em Sydney desde terça-feira. Para hoje estão previstas as chegadas de atletas da esgrima, iatismo levantamento de peso e hipismo.
As casas reservadas aos atletas até a primeira semana de outubro têm algumas peculiaridades. Nenhuma possui telefone, para evitar que imagens da vila sejam transmitidas via internet. Os acessos às residências e os banheiros foram adaptados para pessoas portadoras de deficiência física. As paredes são pré-moldadas e a energia é fornecida por painéis solares. Lâmpadas se acendem e apagam automaticamente. Muros foram construídos para neutralizar o ruído produzido pelos ônibus que circularão transportando atletas para treinos e competições.
O COB instalou nas 13 casas da delegação brasileira sistemas de TV a cabo, videocassete e, numa delas, um aparelho de videokê para lazer dos atletas. O videokê será apenas uma das opções de diversão numa vila que oferece academia de ginástica com sauna, restaurante, lanchonete, salão de jogos com aparelhos eletrônicos, cinema, boate, biblioteca, salas de som e vídeo e um centro ecumênico com salas reservadas a adeptos de islamismo, judaísmo, hinduísmo, budismo e cristianismo. Na vila olímpica, até as camas, de aço, são adaptáveis ao atleta. O comprimento original, de 1,90 metro, pode ser esticado em 20 centímetros graças às laterais montadas num sistema semelhante a um trilho. O espaço a mais é preenchido por um colchão feito sob medida.
Jornal da Tarde
Atletas-soldados terão monumento
São Paulo - O presidente do Comitê Olímpico Internacional, Juan Antonio Samaranch, vai inaugurar na próxima sexta-feira, em Sydney, um monumento em homenagem aos esportistas olímpicos que morreram em guerras.
Também estarão presentes o primeiro ministro do estado de Nova Gales do Sul, Bob Carr, e alguns atletas olímpicos.
A cerimônia será realizada no Hyde Park, no centro da cidade. Samaranch chega amanhã e fica até o final da Olimpíada.
Jornal da Tarde