Belo Horizonte - O goleiro Dida, 26 anos, deu uma parada nos preparativos no Milan, da Itália, para as disputas da Copa Itália, Campeonato Italiano e Copa da Europa, para acompanhar o nascimento da filha Elene Victória, sexta-feira (dia 1º), em Belo Horizonte.
Até ontem, ele não arredou pé e ficou ao lado da mulher, Lúcia, e da filha, a primeira do casal (que nasceu com 3.24 quilos e 49,5 centímetros).
Dida conta que o nascimento de Victória é um 'divisor de águas' na sua vida. 'O nascimento mexe com qualquer pessoa. E até modifica a gente', diz o goleiro.
Ele viajou ontem para Milão, para se integrar ao grupo do Milan que reinicia os preparativos para o amistoso contra a Roma, quinta-feira, no San Siro, de Milão.
O goleiro confirma que assinou contrato de quatro anos com o Milan, o que põe fim praticamente às especulações sobre seu retorno ao futebol brasileiro.
Você ficou decepcionado por não ter sido convocado para a Seleção Olímpica que tenta a medalha de ouro em Sydney?
Não. O técnico da Seleção Brasileira é o responsável pela convocação e escalação dos jogadores. Ele teve um critério para não convocar jogadores com idade acima dos 23 anos. Respeito a decisão dele.
Considera que não ter sido convocado para o jogo contra a Bolívia foi uma punição pela derrota para o Chile, por 3 a 0, na rodada anterior das Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2002 no Japão e Coréia do Sul?
De maneira alguma. O técnico convoca aqueles que considera que estão melhor no momento. Continuo, portanto, trabalhando no meu clube, o Milan, para voltar à Seleção Brasileira. Não vão faltar esforço e vontade para voltar; tenho sempre isso em mente.
Como está sendo sua adaptação ao futebol europeu, agora no Milan?
Já estou bem adaptado. Principalmente porque no Milan há outros brasileiros (Roque Júnior, Serginho e Leonardo). Isso ajuda muito, nesse início de trabalho. São boas pessoas, o que facilita o entrosamento com o resto do time também.
Qual a sua condição momentânea no Milan: é titular ou reserva?
Você sabe que nunca me considerei titular nos times que defendi, como o Vitória, o Cruzeiro, o Corinthians. Trabalho muito para merecer essa condição. Mas, no amistoso contra o Juventus, quando empatamos por 2 a 2, joguei os 90 minutos, além de ter participado de outros amistosos. O Abiati foi convocado para a Seleção Olímpica da Itália.
Alguns jogadores ganharam na Justiça do Trabalho o passe, caso do volante Reidner, atualmente no Atlético, e Rogério, do Palmeiras. Você acredita que sua atitude, ao entrar na Justiça contra o Cruzeiro, no ano passado, contribuiu para uma tomada de consciência dos seus companheiros?
Acho que essa pergunta deveria ser feita a esses jogadores. Mas acho que todo jogador que se sentir lesado, no Brasil, dever recorrer, sim, à Justiça do Trabalho, para reivindicar seus direitos. Penso que o passe do jogador não pode ficar preso ao clube, após o término do seu contrato. O jogador deve lutar para continuar jogando, porque é a nossa profissão.
Você e sua mulher, Lúcia, passam por um momento especial. Consegue descrever essa situação?
Planejamos com muito carinho a chegada do nosso primeiro filho. Estamos casados há quatro anos e chegamos a um acordo para termos um filho agora. O importante agora é aproveitar todos os momentos juntos ao lado da minha esposa e filha.