Rio - Depois de ter sido pego no antidoping nos Jogos
Pan-Americanos de Winnipeg, em 1999, por uso de cocaína, e de ter fracassado
na Olimpíada de Atlanta em 1996, o cubano Javier Sotomayor, recordista
mundial de salto em altura, pretende aproveitar os Jogos de Sydney para
recuperar sua imagem.
"Estou em condições de lutar pela medalha de ouro", disse o saltador no
início de agosto, quando soube da diminuição de sua pena. "Não deixei de
treinar por um só dia enquanto estive suspenso."
Soto, como é chamado em Cuba, é um verdadeiro herói em seu país. Durante o
episódio do doping em Winnipeg, teve todo o apoio do presidente Fidel Castro
e do povo da Ilha. Na ocasião, o governo cubano chegou a declarar que tudo
não passava de um complô contra o esporte socialista.
Sotomayor confia que
uma boa atuação em Sydney, além de retribuir o suporte dos cubanos, serviria
para apagar a decepção de Atlanta, quando teve de amargar um décimo primeiro
lugar.
Em 1996, quando era tido como favorito absoluto para repetir o ouro de
quatro anos antes, não conseguiu passar dos 2,28m.
Além de ser considerado o saltador mais consistente de todos os tempos,
Sotomayor, de 34 anos e 1,94m, é dono dos recordes mundiais ao ar livre
(2,45m) e indoor (2,43m). Já conseguiu todos os títulos da Federação
Internacional de Atletismo Amador (IAAF), em mais de 17 anos de carreira, e
foi sete vezes campeão mundial, a última delas em 97, em Atenas, apenas um
ano depois do fracasso olímpico.
"Estou contente por poder ir à Sydney, mas não completamente satisfeito,
pois ainda preciso limpar minha imagem", disse, negando ter consumido cocaína. "Jamais me envolveria com drogas, pois sou esportista e cubano.
Minha educação me ensinou outras coisas."
Para compensar a ausência de um ano, o atleta participou de competições na
Europa, no mês de agosto. Seu melhor resultado foi 2,30m, longe da marca de
2,40m do russo Viacheslav Voronin, líder do ranking da IAAF e favorito para
o ouro.
L!Sportpress