Capa Esportes


Sidney 2000





 CAPA ESPORTES




 ÚLTIMAS NOTÍCIAS




 HISTÓRIA




 BRASILEIROS





 CALENDÁRIO





 MODALIDADES





 SEDES





 MEDALHAS





 GUIA SYDNEY







 SHOPPING


 
 
 
 




Matemática vai definir revezamento brasileiro
Terca-Feira, 05 Setembro de 2000, 00h56

Camberra (Austrália) – Ninguém mais tem dúvidas que Fernando Scherer, o Xuxa, está recuperado do entorse no tornozelo direito, pronto para formar a equipe do revezamento 4 x100 m, livre, juntamente com Gustavo Borges, Carlos Jayme e Edvaldo Valério. O que ninguém conhece é a seqüência em que cada nadador vai cair na piscina.

Aparentemente simples, essa definição depende de uma equação matemática, que vem sendo montada a cada treino no Instituto Australiano de Esporte, com a ajuda do start. O aparelho mede o tempo de reação do nadador, desde o momento em que escuta o tiro até o pé soltar da borda. A tecnologia do IAE será fundamental na largada e nas trocas do revezamento.

O técnico Reinaldo Dias observa que Gustavo Borges é, entre os nadadores brasileiros, o que tem o melhor tempo de reação. “Já chegou a fazer 0.00 duas vezes na vida”, afirma. “É quase como queimar”, acrescenta Gustavo. Essa seria uma largada excepcional, já que uma reação de 0.10 (centésimos de segundos) é considerada muito boa. “Podemos sair com Xuxa, que tem o tempo de reação de bloco mais lento, para não atrapalhar nas trocas”, frisa Reinaldo. “Ou ainda podemos sair com Gustavo, para abrir o revezamento de uma forma bem forte.”

Os técnicos vão continuar treinando saídas, anotando os tempos de reação e, depois, por consenso, em um reunião de todos, definir a complicada matemática da ordem dos nadadores no revezamento.

Nessa matemática, também conta o tempo de cada nadador para os 100 m. O Brasil tem três atletas na casa dos 49s e um, Carlos Jayme, que nada os 100 metros na casa dos 50s. Ao contrário do que todos pensam, nem sempre é o mais rápido que fecha o revezamento. No time da Rússia, por exemplo, Aleksandr Popov, recordista mundial dos 100 m, abre a prova. O atleta sempre quer ver seu tempo mais uma vez, em busca de um novo recorde.

Os treinadores não querem errar na estratégia e vão anotando os números em um caderno. Acertar ou errar na formação do revezamento pode ser a diferença entre subir e ficar fora do pódio. Uma medalha olímpica no revezamento é uma das que o Brasil persegue desde Atlanta (foi quarto, com André Cordeiro e Alexandre Massura, mais Xuxa e Gustavo). Mas nessa Olimpíada essa vai ser uma prova ainda mais difícil que em 1996.

O ranking da Federação Internacional de Natação (Fina) deixa isso bem claro. São 11 as equipes que hoje já nadam a prova abaixo dos 3min20s. E os Estados Unidos e a Austrália têm tempos que os credenciam aos primeiros lugares do pódio. Os australianos fizeram 3min16s08 e os norte-americanos 3min16s81, no Pan-Pacífico, contra 3min16s27 conseguido pelos holandeses e 3min19s49 pela equipe russa, no Europeu. O Brasil é o quarto colocado no ranking mundial – tem 3min17s18, feito nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg. Todos os tempos são do ano passado.

“Se quisermos uma medalha teremos de nadar perto dos 3min16s”, ressalta Reinaldo, observando que houve uma evolução muito grande na natação nos últimos anos. “O revezamento aqui vai ser mais forte que em Atlanta e essa é, com certeza, uma medalha muito cobiçada, mas muito difícil.”

O Estado de S.Paulo


Copyright© 1996 - 2000 TERRA. Todos os direitos reservados. All rights reserved.





 VEJA AINDA



SYDNEY: Natação
Brasileira reforça EUA na Olimpíada
Segundo médico, Scherer já pode treinar normalmente
Gustavo Borges em ponto de bala
Nadadores britânicos querem deixar a má fase para trás



Veja lista completa