São Paulo - É o italiano Gustavo Massimo que está na sala de condicionamento físico da Vila Olimpíca de Sydney, na orientação dos atletas com relação ao uso dos aparelhos da TechnoGym. A intenção não é essa, mas qualquer desavisado que passe por ali, não sendo atleta, se inspira para fazer algum tipo de exercício: também não é inédito, mas todos se sentem tentados a ter seu programa pessoal de atividade física armazenado em uma chave que pode ir junto com a de casa e a do carro, no bolso da calça. Como Ronaldinho, da Inter de Milão. Ou Michael Schumacher, da Ferrari.
Ali naquela chave ficam todos os seus segredos: quanto é preciso correr por dia para melhorar o trabalho do coração - ou andar para perder alguns quilos. Ou quilos a serem levantados, em qual freqüência, para se ganhar tonicidade ou mesmo massa muscular. E os aparelhos, ligados com a "sua" chave, sabem se você está "enrolando". Com exercício muito devagar para a sua (falta de) atividade, a máquina "ameaça" em voz alta. Faz o sujeito passar vergonha. Se a velocidade está acima do que é necessário para a eficiência do exercício, a máquina também alerta.
Na chave também está seu progresso. Conforme o exercício vai fazendo efeito, os aparelhos - ligados com a tal chave - não deixam o candidato a atleta se acomodar. É feito um novo programa, mais avançado, para se apressar o ritmo já na próxima vez em que ligar a tal chave nas máquinas da academia. E se o sistema de ajuste automático individual de fitness não dá sossego, também não aceita desculpas. Impossível alegar falta de espaço na mala para a chave. Assim, se o futuro atleta estiver na Itália, no Brasil ou no Japão, pode ir a uma academia equipada com os aparelhos italianos e se obrigar aos exercícios enquanto segue em viagem a passeio ou a negócios.
A empresa italiana tem contratos com a Ferrari e mais os clubes de futebol Inter, Juve, Parma, Milan, Bologna, Liverpool e Ajax. Inter de Ronaldinho, agora de Vampeta - um dos atletas mais condicionados que o Corinthians já teve; Juve de Davids, da Seleção Holandesa, e de Zidane, campeão do mundo pela França; Milan de Maldini, do brasileiro Dida e também Leonardo.
É na Via G. Perticari, 20, em Gambettola, que os dados dessas estrelas - confidenciais - estão todos centralizados e sendo analisados para aprimoramento de equipamentos de ginástica legados aos "mortais" do mundo.
Jornal da Tarde