Rio - A proibição de usar os apelidos nas camisas está aborrecendo as jogadoras da seleção feminina de handebol, que estréia em Olimpíadas em Sydney.
A solicitação da Federação Internacional de Handebol para que não fossem
colocados apelidos nas costas das camisetas, uma tradição no Brasil, não agradou. Será
obrigatório o uso do último e se possível do primeiro nome.
Desta forma, a
armadora Zezé, uma das destaques da medalha de ouro nos Jogos
Pan-Americanos de Winnipeg, passará a ser chamada de Sales. A goleira
titular Chana aparecerá nas estatísticas como Masson.
"É uma brincadeira essa determinação. Acabaram com uma característica dos
brasileiros. Nosso time tem três jogadoras com sobrenome Oliveira e duas com
Silva", reclamou o técnico.
Mesmo fazendo a estréia em Jogos Olímpicos, a
equipe brasileira quer fazer bonito. O objetivo geral é
pelo menos passar à segunda fase, já que as quatro primeiras de um grupo
de cinco se classificam.
O Brasil não deu muita sorte no sorteio das
chaves, ficando junto com a Dinamarca (atual campeã olímpica), Noruega
(atual campeã mundial), Áustria, que vem crescendo muito no cenário mundial,
e Austrália, a dona da casa.
Apesar de jogar em casa a Austrália pode ser considerada a adversária mais
fácil do grupo, o que obriga as brasileiras a vencer logo na estréia, no dia
17 de setembro, caso pretendam se classificar. O técnico Digenal Cerqueira
vai apostar tudo nesta partida, considerada por ele a mais importante.
"É um time forte, mas que foi derrotado pela gente no ano passado", disse. "Podemos
vencer."
A equipe brasileira chegou a Sydney credenciada como a atual campeã
pan-americana, título conquistado em Winnipeg, no ano passado. No mesmo ano,
as meninas ficaram em 16º lugar no Mundial da Noruega, a melhor colocação do
Brasil na história do handebol feminino.
Durante os treinos no STF Courts Hall, no Instituto Australiano do Esporte,
Digenal procurou valorizar a presença das atletas em Sydney, considerando
como um grande feito.
"Temos que pensar que seleções como Cuba, Estados Unidos, Rússia e Ucrânia
estão fora e nós estamos dentro", disse.
L!Sportpress