Rio - A diretoria da Fifa divulgou nesta quarta-feira que a entidade enviou um documento ao comissário da União Européia, Mario Monti,
contendo uma nova proposta com relação às transferências de jogadores entre
clubes europeus. A proposta da Fifa foi considerada radical pelos seus
membros, mas tem o objetivo de impedir que a Comissão Européia acabe com o
atual sistema de transferências.
A intenção do órgão europeu era acabar com qualquer impedimento para que os atletas mudassem de equipe, como por exemplo as astronômicas multas
recisórias cobradas pelos clubes. A Comissão pretendia que jogadores de
futebol fossem tratados como qualquer outro trabalhador europeu e, portanto,
tivessem os mesmos direitos.
Já a Fifa gostaria de normas separadas, de forma que os clubes -em especal
os pequenos e amadores- não saíssem prejudicados, já que estes sobrevivem da revelação de jovens jogadores e da venda para clubes de maior expressão.
Na proposta da entidade que rege o futebol mundial estão presentes cláusulas
consideradas agressivas como a total liberdade para transferência de
jogadores acima de 24 anos. Segundo seus membros, medidas como essa
pretendem satisfazer os comissários da Comissão Européia e prejudicar os
clubes o menos possível, uma vez qe a liberdade total em qualquer idade
seria um desastre para o futebol do continente.
Uma comissão de 15 membros da Fifa se reuniu no início da semana para
elaborar a proposta. O documento foi enviado para aprovação para vários
grupos incluídos na cúpula como a Uefa, Ligas e representantes dos
jogadores, antes de ser mandado para Bruxelas -sede da Comissão Européia-
bem antes do meio de setembro, prazo final estabelecido por Monti.
A indefinição ainda se estenderá por algum tempo, já que o documento vai ser
analisado pela Comissão antes que outros encontros sejam marcados para futuras negociações entre as partes.