Sydney - Os jogos eletrônicos estão sendo relegados pelos atletas. Nada há das novidades que as grandes empresas costumam mandar para as Vilas Olímpicas, protótipos do que em seguida despacharão pelo mundo (na sala ao lado, até a velha sinuca faz mais sucesso).
O desprezo aos "pinballs" contrasta com o "point" que certamente será o de maior concentração de atletas na Vila de Sydney: a sala de computadores e de laptops da IBM, que aqui tem de se redimir do naufrágio "atlântico". É a febre da Internet, dos sites e dos e-mails.
A decoração é simpática. Nada a ver com Olimpíada, já que o surfe não é esporte olímpico -há aquários e pranchas gigantes em pé, um telão com manobras radicais em altas ondas.
"Mas é típico australiano", justifica Sally Greg, do apoio de tecnologia da "loja" Surf Shack, em meio à multidão de atletas na sala, já ficando apertada (a IBM pode mais uma vez ter novamente minimizado os "olímpicos").
Apenas no sábado, na abertura da Vila Olímpica, quando 2 mil atletas ainda chegavam, por ali circularam 230. Mais de 10% dos que ainda descarregavam malas. No domingo, pelos 60 pontos de computadores passaram 15.500 e-mails.
Além de poder ficar -pelo menos por enquanto- um tempo indeterminado à frente da telinha (dos terminais ou dos laptops), das 9h às 23h, o atleta ainda pode ter seu site construído na Internet para depois ser impresso em uma camiseta, com o endereço nas costas. Publicidade grátis. E para chegar a essa camiseta, atletas de vários pontos do planeta apresentam todos os seus dados e ainda passam uma série de informações sobre preferências, valiosíssimos para as pesquisas da IBM.
E se na Vila Olímpica o clima é de "céu", de uma cidade perfeita, os jornalistas seguem tendo de reclamar dos ônibus. Na terça-feira à noite -"depois do vendaval", com ventos de 68 km/h-, foi a vez de Dorrit Harazin, da revista Veja, "seqüestrar" um ônibus, sob risinhos silenciosos de "cúmplices" japoneses.
Único jeito de deixar o Main Press Center no início da madrugada para a Vila de Imprensa sem ter de esperar outro ônibus por quase uma hora, que não se sabe se apareceria -e táxis não podem entrar na área.
Só não está como Atlanta, como ela mesmo lembra, porque as pessoas têm mais jogo de cintura.
Jornal da Tarde