Rio de Janeiro - O técnico da Seleção Brasileira Wanderley Luxemburgo e sua ex-secretária Renata Carla Moura Alves foram indiciados nesta sexta-feira pela juíza da 8ª Vara Criminal da Justiça Federal do Rio de Janeiro, Valéria Caldi Magalhães, que acatou a denúncia de sonegação fiscal, nos anos de 1993 a 97, feita pela procuradora do Ministério Público Federal, Lilian Guilhon Dore. Os acusados terão de comparecer à Justiça Federal para interrogatório no dia 16 de outubro, às 13h.
Ao saber do indiciamento, o advogado de Renata, André Luiz Anet, tentou minimizar o fato. "Era normal que isso acontecesse, pois denúncias desse tipo dificilmente não são acatadas", disse Anet. No entanto, quando indagado sobre qual será o procedimento para a defesa da ex-secretária, o advogado desconversou.
"Ainda não conversei com ela sobre esse assunto; na verdade, fiquei sabendo do indiciamento por você", revelou Anet.
Agora que a denúncia foi acatada pela Justiça, Luxemburgo e Renata vão passar por um longo processo. Inicialmente, os dois são interrogados; a fase seguinte será a apresentação das testeunhas de defesa e acusação; a seguir, apresentação das provas; as alegações finais de ambas as partes e, por fim, a juíza Valéria pronuncia a sentença.
Luxemburgo e Renata são acusados de crime contra a ordem tributária - sonegação fiscal - com base na lei 8.137. Se forem considerados culpados, a pena estabelecida pode variar de dois a cinco anos de detenção, além do pagamento de multa.
Os problemas recentes de Luxemburgo com a Justiça tiveram início com as denúncias de Renata. A ex-secretária, de 32 anos, revelou ter sido amante do técnico e, fazia a compra e venda de bens - principalmente imóveis - com o dinheiro do treinador como forma de enganar a Receia Federal. Ela resolveu denunciar Luxemburgo, após procurá-lo para pedir sua ajuda, porque já estava sendo investigada pela Receita Federal e foi ignorada por ele.