Sydney - O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Juan Antonio Samaranch, talvez tenha feito este domingo em Sydney sua última visita a uma Vila Olímpica como chefe do organismo. Ele assumiu que deve sair em 2001.
"Sim, talvez seja a última visita a uma Vila Olímpica como presidente, sempre que não me convidem mais durante estes Jogos. Não sinto nada. Assumo que tenho que sair em julho de 2001", disse o chefe máximo do COI durante a visita.
Samaranch questionou a idéia de que estes Jogos serão os primeiros "limpos" da história do olimpismo, com a chegada de exames mais eficazes. "Os Jogos sempre foram limpos. Estamos na etapa mais sofisticada da luta contra o doping. O importante é que o esporte já não está sozinho pois temos conosco os governos", explicou.
A visita de Samaranch à Vila Olímpica começou com uma recepção aos atletas da Bósnia-Herzegovina, que competem com uma equipe reunindo suas três comunidades étnicas e à delegação do Timor Leste.
"O ato com os atletas da Bósnia-Herzegovina é muito simbólico, já que os Jogos de Sarajevo em 1984 foram meus primeiros como presidente e agora participo de meus últimos Jogos com a chegada da equipe deste país ao evento", afirmou.
Em seguida, percorreu as salas de jogos, de computação e o posto dos correios, antes de dar uma volta de ônibus pela Vila Olímpica e entrar no refeitório dos atletas.
"Só posso repetir o que os atletas têm me dito, que é um lugar maravilhoso. Esta pode ser a melhor Vila Olímpica da história dos Jogos Olímpicos", explicou.
Samaranch relevou o incidente de sábado, quando teve que esperar um ônibus por 25 minutos, o que acabou fazendo com que ele suspendesse uma visita ao Centro Internacional de Transmissões. "Tinha outro ato para participar e tive que suspendê-lo. Os organizadores se desculparam e não há nenhum problema. Sempre há problemas com o transporte nos dois ou três primeiros dias que depois são solucionados", disse.
Samaranch explicou que estes eram os Jogos do gigantismo, sobretudo pela grande quantidade de atletas e jornalistas presentes no evento. "Há cerca de 400 atletas a mais que os esperados, mas o grande problema começou com os jornalistas, com um credenciamento de quase 21.000 profissionais da informação", disse o presidente do COI.
France Presse