Sydney - O amistoso deste domingo contra a Austrália, que tinha como objetivo avaliar o estágio de preparação do time, serviu, na verdade, como um sinal de alerta para a comissão técnica da seleção brasileira masculina de vôlei. Afinal, o time teve um desempenho muito irregular na vitória por 3 a 2, jogadores importantes erraram demais e o treinador Radamés Lattari não conta com três atletas em suas melhores condições físicas: Maurício, com dores no pescoço, jogou apenas o primeiro set; Tande, com hérnia de disco foi poupado e assistiu ao jogo do banco de reservas; e Dante, com febre, nem foi para o ginásio do Centro Esportivo de Tuggeranong, ficando em repouso no hotel.
O alerta tem um significado mais especial ainda porque falta menos de uma semana para a estréia da equipe, contra a própria Austrália, uma adversário sem nenhuma tradição no esporte, marcada para domingo. "O time jogou cansado por causa da seqüência forte de treinamento e falta ainda acertar detalhes no esquema tático", disse o treinador, que foi obrigado a improvisar Giovane na posição de intermediária por causa do mau desempenho de Max e a febre de Dante. "Uma das poucas coisas positivas do amistoso foi justamente a boa atuação de Giovane."
Apesar de todas as adversidades na vitória com as parciais de 25/22, 20/25, 25/13, 23/25 e 20/18, em mais de duas horas, o treinador conseguiu tirar outras conclusões positivas. "O time sentiu o clima de competição, com torcida contra e com decisões duvidosas da arbitragem", lembrou. "Mostrou também que jogar com a Austrália não é tão fácil como se comenta."
No primeiro amistoso disputado contra os australianos, na sexta-feira, os brasileiros, ganhadores da medalha de bronze na última Liga Mundial, também tiveram dificuldades para vencer por 3 a 1, em Camberra.
Para Giovane, o time não rendeu bem por estar nervoso. "Há a cobrança excessiva de cada um com o seu desempenho", disse o atacante, que gostou de sua atuação fora de função. "Só tive dificuldades com as bolas muito altas, mas o grupo conseguiu reunir forças para encarnar o espírito da superação."
Giovane, que recuperou a camisa número 3, usada na Copa América pelo meio-de-rede André Heller, sua participação na equipe, por enquanto, é de tapa buracos. "Tenho me esforçado para ajudar a equipe e, principalmente, para recuperar a minha melhor forma", comentou o atleta, que passou as últimas três temporadas jogando vôlei de praia em dupla com Tande. "Ainda tenho dificuldades em algumas jogadas."
Para tentar acertar os "últimos detalhes", o Brasil tem mais dois amistosos marcados como teste: contra os Estados Unidos, na quarta-feira, e contra a Iugoslávia, na quinta-feira. Os dois jogos estão previstos para Sydney.
Agência Estado